Trabalho Esotérico e sua seriedade

Trabalho Esotérico e sua seriedade

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O Trabalho Esotérico exige, como requisito indispensável, que seja tomado com seriedade, e ordena que se deixe de lado todas essas besteiras que abundam no pseudo-ocultismo e no pseudo-esoterismo barato.

A seriedade é um elemento fundamental para se atingir uma mudança total e definitiva e, não existindo esse elemento, corremos o risco de fracassar no Trabalho Esotérico.

Existe uma tendência geral a rechaçar ou subestimar a própria psicologia, a qualificá-la como algo sem importância; e isso acontece porque, diferentemente do corpo físico, a psicologia não é perceptível ou apreensível pelos cinco sentidos.

Para captar o tremendo realismo de nossa própria psicologia, devemos iniciar, agora e já, a observação séria e rigorosa de nós mesmos.

A auto-observação nos conduz ao auto-conhecimento e nos permite descobrir aqueles defeitos psicológicos que nos mantêm presos à dor.

Quando alguém descobre um defeito psicológico, deu de fato um grande passo, porque então poderá estudá-lo, compreendê-lo e logo eliminá-lo com a ajuda eficiente de Devi Kundalini.

Em realidade e de verdade, nossos defeitos são tão inumeráveis que, ainda que tivéssemos mil línguas e um palato de aço, não conseguiríamos enumerá-los todos.

 

E o mais grave é que não sabemos medir o espantoso realismo de qualquer defeito, sempre o olhamos de forma vã, sem a devida atenção e seriedade, o vemos como algo sem importância.

Existe entre os estudantes gnósticos, lamentavelmente, uma grande frieza e uma evidente falta de seriedade, pois normalmente se dá importância ao que realmente não é importante, ao superficial.

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Supor que a última moda ou o último penteado, o carro último tipo ou a questão do salário, a aventura amorosa, a vida sedentária, o cinema, a telenovela, a luta de boxe, o jogo de futebol, a festa dançante, a corrida, a fofoca ou a calúnia sejam coisas essencialmente importantes e sérias constitui não só um grave equívoco como também indica um absoluto desconhecimento do que é na verdade o ensinamento Gnóstico.

Nós, os estudantes, entramos na Gnosis para avivar as inquietudes íntimas, para converter-nos em luminárias do Espírito, em adeptos da luz, em Homens autênticos, com toda a grave responsabilidade que encerra a palavra Homem. Indiscutivelmente, nada disso será possível se não aniquilarmos o Ego ou Eu Pluralizado, se não eliminarmos as bobagens e burrices da falsa personalidade, que sempre apagam a primeira chispa de luz e nos submergem no frio da mais espantosa indiferença.

É bom lembrar que as pessoas são sempre engolidas pela Lua, mais cedo ou mais tarde, e que esta é uma verdade incontrovertível.

Infelizmente, qualquer coisa da Personalidade, por tola que seja, tem força suficiente para reduzir a poeira cósmica ISSO que no silêncio da noite nos comoveu por um momento, ISSO que captamos no Templo ou Lumisial e que só nos encheu de inquietudes momentâneas.

A Lua sempre ganha essas batalhas, ela se alimenta, se nutre, precisamente de nossas próprias debilidades.

A Lua é terrivelmente mecanicista, e o humanóide lunar, desprovido completamente de inquietudes solares, é incoerente e se move no mundo dos sonhos.

Se os estudantes da Gnosis fizessem o que poucos fazem, isto é, avivar as inquietudes solares íntimas, não há dúvida de que pouco a pouco assimilariam a Inteligência Solar e poderiam assim converter-se em Homens.

Para isso nos foi entregue a Divina Gnosis, para atingir o objetivo do Sol, para converter-nos em Homens; mas, se não encaramos isso com seriedade, se continuamos como sombras lunares, frios, apáticos e indiferentes, a Lua nos devorará, e virá depois a igualação da morte.

A morte iguala tudo; qualquer cadáver vivente, desprovido de inquietudes solares, degenera terrivelmente até ser devorado pela Lua.

O Sol quer criar Homens, o Sol está trabalhando no laboratório da Natureza; mas, infelizmente, esta experiência não lhe tem trazido muitos bons resultados, pois, como já dissemos, a Lua devora as pessoas.

O Sol depositou nas glândulas sexuais do “animal intelectual” certos germens solares que, conscientemente desenvolvidos, podem transformar-nos em Homens autênticos.

A experiência solar torna-se espantosamente difícil devido precisamente ao frio lunar.

Se os estudantes da Gnosis não quiserem cooperar com o Sol, os germens solares involuirão, degenerarão e se perderão lamentavelmente.

A chave-mestra da Obra do Sol está na dissolução dos elementos indesejáveis ou “Eus” que levamos em nossa psique.

É necessário que os estudantes da Gnosis se interessem pelas idéias solares, de maneira séria e contínua; se é que não queremos ser destruídos como algo inútil, como algo que já não serve para a experiência solar.

A raça Ária é uma fruta podre, tornou-se insuportavelmente mecanicista, já não tem nada a oferecer e por isso será destruída.

Para salvar-nos da destruição, devemos ter continuamente inquietudes solares. E para isso é necessário que coloquemos nosso centro magnético na Essência, na Consciência.

É lamentável observar como os estudantes da Gnosis mantêm o centro magnético nas questões da falsa personalidade, nos acontecimentos triviais do dia-a-dia, nas modas passageiras, na conversa insubstâncial e ambígua, nos negócios, nas telenovelas, no cinema, no jogo de futebol, em tudo o que só alimenta os Eus que controlam a falsa personalidade.

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Devemos encarar seriamente o seguinte axioma fundamental: “A única coisa importante na vida é a transformação radical, total e definitiva; tudo o mais, francamente, não tem a menor importância.”

As boas intenções não modificam ninguém; o simples fato de pertencer à Gnosis não significa que tenhamos deixado de ser as mesmas pessoas; a mudança radical só advém quando morremos em nós mesmos, quando eliminamos o Eu da psicologia experimental.

É necessário compreender profundamente o que significa a Seriedade no Trabalho Esotérico Gnóstico. A seriedade à qual estamos nos referindo implica em aprender a viver nas partes mais conscientes de nós mesmos, significa jogar luz sobre as trevas espantosas de nosso Eu Psicológico.

Ser sérios implica em receber as impressões da vida a partir do Terceiro Estado de Consciência (íntima recordação de si mesmo); implica em ir ao encontro dos eventos ou acontecimentos da vida cotidiana sem identificação, recebendo as impressões com as partes mais conscientes dos Centros da máquina orgânica e olhando todas as coisas à luz da Gnosis.

Entenda-se que esta seriedade não significa ser contra a alegria saudável, nem muito menos abandonar os deveres do bom dono de casa ou os deveres de cidadão.

É óbvio que o sorriso consciente jamais poderia ser prejudicial, mas é necessário estudar, analisar, compreender e eliminar certos “Eus-palhaços” que nos induzem à comicidade subjetiva e não nos permitem encarar com seriedade o espantoso realismo de qualquer defeito de tipo psicológico.

Ser sérios equivale a olhar nossos próprios erros e defeitos com o propósito de eliminá-los, significa abandonar a tendência a criticar os outros e a estar nos metendo na vida alheia. Um estudante da Gnosis, sério e definido, não abandona seu grupo porque vê este ou aquele defeito nos coordenadores ou nos irmãos, mas entende que dentro de sua psique vivem esses mesmos defeitos que está vendo no outro.

Uma regra geral no Trabalho Esotérico Gnóstico assinala que, quando não nos entendemos com alguma pessoa, pode-se ter a segurança de que essa é a própria coisa contra a qual é preciso trabalhar esotericamente.

O que tanto se critica nos outros é algo que descansa no lado obscuro de si mesmo e que não se reconhece e nem se quer reconhecer.

Assim como a Lua tem um lado oculto que não se vê, o mesmo ocorre com a Lua Psicológica que carregamos em nosso espaço interior.

É óbvio que essa Lua Psicológica está formada pelo Ego, o Eu, o Si Mesmo, o Mim Mesmo.

Neste lado oculto de nossa lua psicológica carregamos elementos inumanos ou Eus que espantam, que horrorizam, e que de maneira alguma aceitamos ter.

Nós devemos, de maneira séria e contínua, fazer chegar a luz da Consciência até esse lado tenebroso de nós mesmos, porque todo o objetivo de nossos estudos gnósticos é fazer com que o conhecimento de si se torne cada vez mais consciente.

Quando temos em nós mesmos muita coisa que não conhecemos e não aceitamos, então essas coisas nos complicam a vida espantosamernte e provocam situações desagradáveis e dolorosas, que bem poderiam ter sido evitadas mediante o conhecimento de si.

O pior de tudo isso é que projetamos esse lado desconhecido de nós mesmos sobre as outras pessoas e atribuímos a elas nossos próprios defeitos psicológicos. Por exemplo, vemos as pessoas como se fossem mesquinhas, desleais, infiéis, etc., mas na verdade só estamos projetando sobre elas nossos próprios defeitos.

A este respeito, a Gnosis indica que só vivemos em uma pequena parte de nós mesmos, ou seja, nossa Consciência se estende só a uma parte muito reduzida de nós mesmos.

A idéia do Trabalho Esotérico Gnóstico é a de ampliar claramente a nossa Consciência.

Indubitavelmente, enquanto não estivermos bem relacionados com nós mesmos também não nos relacionaremos bem com as outras pessoas, e como resultado surgirão conflitos de todo tipo.

Só com a observação dinâmica, consciente, é possível iluminar o lado oculto de nossa Lua Psicológica. Só através do auto-conhecimento a Consciência pode se desenvolver.

 

Samael Aun Weor

1 comentário em “Trabalho Esotérico e sua seriedade”

  1. Celina Vicente

    Muitas vezes nos preocupamos com coisas do ‘ultra” e não nos damos conta de que o que nos compete é o básico. A auto observação tem que ser uma constante em nossa vida. Só mediante a auto observação, descobrindo defeitos, estudando e eliminando, avançamos nesse caminho. Caso contrário criamos uma personalidade gnóstica que não serve para nosso trabalho espiritual.

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