As Catedrais Góticas – Parte II
Na Catedral de Notre de Dame Paris, no ponto de intersecção da nave com os transeptos (pois as plantas das Catedrais Góticas têm forma uma cruz), há um labirinto traçado no chão de mármore. Sobre isso, instrui Samael Aun Weor:
São inumeráveis as Escolas*. Por todas as partes abundam Escolas e autores que se combatem mutuamente. Na Catedral de Notre Dame de Paris, desenhado no solo aparece um LABIRINTO. Recordemos ao Labirinto da Ilha de Creta: no centro daquele labirinto estava o MINOTAURO cretense.
Diz-se que TESEU logrou, pois, orientar-se dentro desse labirinto até chegar onde existia o Minotauro e, enfrentando-o em luta corpo a corpo, o venceu. A saída desse labirinto foi possível mediante o FIO DE ARIADNE, que pode levá-lo até a LIBERAÇÃO FINAL.
Resulta interessante que precisamente no piso da Catedral de Notre Dame de Paris foi desenhado esse labirinto maravilhoso. Indubitavelmente, tudo isto é algo que nos convida à reflexão…
O Fio de Ariadne é o impulso interior que recebemos para progredir no trabalho sobre nós mesmos, para eliminar nossos defeitos psicológicos, personificados no “Eu Psicológico”, no “Ego”, no “Mim Mesmo”, enfim, no terrível monstro Minotauro.
Aquele que vence o Ego elimina completamente seus defeitos (os “demônios vermelhos de Seth” da antiga religião egípcia) pode adentrar ao Absoluto, o Ain dos cabalistas, o Décimo Terceiro Aeon, dentro de si mesmo. O grande Fulcanelli, em sua obra “O Mistério das Catedrais”, esclarece:
Lembremos, de passagem, que o mais célebre dos labirintos antigos, o de Cnossos, em Creta, que foi descoberto em 1902 pelo dr. Evans, de Oxford, era chamado Absolum. Ora, deve notar-se que este termo é vizinho de Absoluto, que é o nome pelo qual os alquimistas antigos designavam a Pedra Filosofal.
Não cabe adentrar no assunto Pedra Filosofal e da Sagrada Alquimia neste artigo, mas apenas podemos dizer que ela é o símbolo da completude de todo o trabalho esotérico gnóstico, o cubo perfeito.
Todavia, o Ego é multiplicidade, são os “nós” da nossa existência que impedem o fluir sereno da vida, da real vida. São a causa causorum das problemáticas da nossa existência, fonte de tristezas, más escolhas, questões que a mente se enreda, pois o Eu reside na mente.
Portanto, o labirinto em si mesmo representa a nossa própria mente, cheia de teorias, doutrinas, informações díspares, memórias, preocupações com o passado (depressão) e com o futuro (ansiedades e estresses), etc. Por isso é impossível querermos nos livrar das questões mentais com uma função que reside na mente: o intelecto. O intelecto pertence à mente e ela é seu limite. Quem conta com sua mente e seu intelecto para sair do labirinto de sua própria vida e chegar à razão ignota do Ego, perde-se e cai derrotado.
Por isso, há a grande necessidade de despertamos a consciência, conforme Samael Aun Weor:
Como fazer para nos orientar? De que maneira? Obviamente, deve nos interessar o DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA. Só assim poderemos, verdadeiramente, caminhar com êxito dentro daquele misterioso labirinto; mas, enquanto não despertarmos, estaremos confundidos.
(…)
Se quiser Despertar realmente, temos que começar por reconhecer que estamos dormindo. Quando alguém reconhece que está dormindo, é sinal completo que já começa a despertar. Mas não se trata de reconhecê-lo intelectualmente, não. Qualquer um pode dizer automaticamente “sim, estou dormindo”, mas outra coisa é estar consciente que está dormindo, e isso é diferente. Existe uma grande diferença, pois, entre o INTELECTO e a CONSCIÊNCIA.
Quando é o intelecto e quando é a consciência? Desperte e saberá…
*Escolas Espirituais.