A Divina Comédia de Dante Alighieri
A Divina Comédia foi escrita pelo florentino Dante Alighieri (nascido em 30.05.1265) no final do período medieval, provavelmente em 1307 (ano do início da obra), o mesmo ano em que os Templários foram encarcerados devido às intrigas do rei francês Felipe, o Belo.
A obra inspirou a numerosos artistas. Foram publicadas numerosas edições ilustradas pelos pintores renascentistas como Sandro Botticelli e Michelangelo, o inglês John Flazman e – o mais célebre – pelo ilustrador francês Gustave Doré. Na área musical, o compositor italiano Gioacchino Antonio Rossini e o alemão Robert Schumanm compuseram músicas para alguns fragmentos do poema.
Ela constitui um guia para a sociedade da época. A intenção que animou o autor a escrever a Divina Comédia foi “tirar aqueles que vivem nesta vida em estado de miséria e levá-los ao estado de felicidade”.
O enorme interesse da obra provoca muitos desenfoques da figura do autor. Tanto o qualificam de católico ortodoxo quanto de herege e membro de sociedades secretas, quase que simultaneamente. Vale ressaltar que Dante (nascido em 30.05.1265) foi batizado como “Durante”, em homenagem a seu avô, e só com o tempo foi chamado “Dante”, nome que tem similaridade com a palavra sânscrita Danta (“Disciplinado”), qualitativo de pessoa que dominou seus sentidos ou paixões.
A “Commedia” não está composta por uma série de informações históricas e teológicas a serviço da construção de poema fantasioso. Esta obra, como outras de caráter iniciático, é capaz de calar os argumentos intelectuais materialistas mais engenhosos. Efetivamente, este poema conjuga poesia, ciência, filosofia, história e teologia.
Interessante apontar um dado altamente chamativo: os conceitos filosóficos e teológicos vão aumentado a medida que se ascende pela três regiões, decrescendo, paralelamente, as referências mitológicas e históricas. Apesar disto, uns e outros se encontram profundamente interrelacionados.
A “Commedia” constitui a obra mestra de Dante Alighieri. O qualificativo de Divina foi acrescentado por comentaristas posteriores. Se formos rigorosos, deveríamos atender ao título outorgado por seu autor: “Incipit Comedia Dantis Alagherii florentini nationa, non moribus” (Começa a Comédia de Dante Alighieri, florentino de nascimento, não de costumes).
Ela é uma obra estritamente esotérica, de um conteúdo altamente iniciático: Dante realiza a viagem aos 35 anos, na Sexta Santa de 1300, para percorrer os 9 círculos. A viagem começa na véspera da Sexta Santa e termina no dia de Páscoa, semelhante ao descenso e ressurreição do Cristo.
Todo o poema segue a simbologia dos números, presente em múltiplas manifestações artísticas, culturais e científicas: música, catedrais góticas, pirâmides etc. Conforme ensina Samael Aun Weor, “o Universo foi criado com a Lei do Número, Medida e Peso. As matemáticas formam o Universo, os Números são entidades viventes”.
Dante dividiu o poema em uma introdução e três Cânticos: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Cada Cântico se compõe de 33 Cantos (simbolizando as vértebras da medula espinhal ou do cajado dos iniciados). Cada Canto compõe-se de quase igual número de versos: pouco mais de cem. Foi escrita em terza rima (cuja estrutura é ABA BCB CDC…). A distribuição dos versos segue as coordenadas do número 9 (a nona esfera, provações, o Arcano 9 do Tarot egípcio: “o Eremita”). A primeira parte, o Inferno, consta de 4.720 versos que, cabalisticamente, somam 13 (o Fim, a Morte, o Arcano 13: “a Imortalidade”).
A partir dos conhecimentos acima mencionados, podemos indicar que só com a Morte Psicológica (também conhecida como Morte Mística), baixando à Nona Esfera (dentro de nós mesmos), pode-se nascer de novo, ou seja, chegar à Autorrealização Íntima do Ser (o Paraíso). Interessante apontar que Dante manifesta que só uns poucos o fazem voluntariamente em vida.
Como é bem conhecido, o aspecto do Fogo é profundamente revelador, conforme a tradição iniciática. O fogo do Inferno, produto da condenação, é insuportável, enquanto que o do Paraíso, produto da felicidade, é agradável e delicioso. Tal fogo simboliza nossas energias, sejam elas no seu estado mais bruto e sujo (comum e corrente), sejam no estado mais puro e leve – pureza interior conquistada através de diversas purificações conscientes.
Devido à prodigiosa e complexa linguagem alegórica e simbólica não iremos neste artigo nos aprofundar em muitos detalhes, pois há inumeráveis detalhes que poderiam gerar um livro tão vasto quanto a própria Comédia. Um detalhe de muito valor simbólico é que os três Cantos finalizam com a mesma palavra: “estrelas” (as virtudes do Ser, faculdades internas, conhecimentos superiores).
(Texto traduzido e adaptado do espanhol de autoria gnóstica desconhecida)
É muito interessante o assunto os mistérios que envolvem a vida quanto mais nos e dado mais nos é exigido, muitos não querem pagar o preço, preferem levar a vida numa boa esperando a morte chegar.