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A Ambição

(Extraído do cap. 7 do Livro Educação Fundamental, de Samael Aun  Weor)

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A ambição tem várias causas e uma delas é isso que se chama medo. O humilde rapaz que nos parques das luxuosas cidades engraxa os sapatos dos orgulhosos cavalheiros poderia se converter em ladrão, se chegasse a ter medo da pobreza, medo de si mesmo ou medo do seu futuro. A humilde balconista que trabalha na faustosa loja do potentado poderia se converter em ladra ou em prostituta da noite para o dia se chegasse a sentir medo do futuro, medo da vida, medo da velhice, medo de si mesma, etc. O elegante garçom do restaurante de luxo ou do grande hotel poderia se converter num gangster, num assaltante de bancos ou num fino ladrão se, por desgraça, chegasse a sentir medo de si mesmo, de sua humilde posição de garçom, de seu próprio futuro, etc. O insignificante inseto ambiciona ser elegante. O pobre empregado vendedor que atende à clientela, e que com tanta paciência mostra a gravata, a camisa, os sapatos, que faz tantas reverências, sempre sorrindo com fingida mansidão, ambiciona algo mais porque tem medo, muito medo, medo da miséria, medo de seu futuro sombrio, medo da velhice, etc. A ambição é polifacética. A ambição tem cara de santo e cara de diabo, cara de homem e cara de mulher, cara de interesse e cara de desinteresse, cara de virtuoso e cara de pecador. Existe ambição naquele que quer se casar e no velho solteirão empedernido que detesta o casamento. Existe ambição naquele que deseja com infinita loucura ser alguém, destacar-se, subir, etc., e existe ambição naquele que se faz anacoreta, que não deseja nada deste mundo; sua única ambição é alcançar o céu, libertar-se, etc. Existem ambições terrenas e ambições espirituais. Às vezes, a ambição usa a máscara de desinteresse e do sacrifício. Quem não ambiciona este mundo ruim e miserável, ambiciona o outro. Quem não ambiciona dinheiro, ambiciona poderes psíquicos. O eu, o mim mesmo, o si mesmo, encanta-se em esconder a ambição, em metê-la nos esconderijos mais secretos da mente, para dizer em seguida: Eu não ambiciono nada. Eu amo meus semelhantes. Eu trabalho desinteressadamente pelo bem de todos os seres humanos. O político esperto e que todos conhecem, às vezes assombra às multidões com suas obras aparentemente desinteressadas. Mas, quando abandona seu cargo político, é apenas normal que saia de seu país com uns quantos milhões de dólares. A ambição disfarçada com a máscara do desinteresse costuma enganar as pessoas mais astutas. Existe no mundo muita gente que só ambiciona não ser ambiciosa. São muitas as pessoas que renunciam a todas as pompas e vaidades do mundo, porque só ambicionam a própria auto-perfeição íntima. O penitente que caminha de joelhos até o templo e se flagela cheio de fé, não ambiciona aparentemente nada e até se dá ao luxo de dar sem tirar nada de ninguém. Mas é claro que ambiciona o milagre de sua cura, a saúde para si mesmo ou para algum familiar ou ainda a salvação eterna. Nós admiramos os homens e as mulheres verdadeiramente religiosos, porém lamentamos que não amem a sua religião com todo desinteresse.

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As santas religiões, as seitas sublimes, ordens, sociedades espirituais, etc., merecem o nosso amor desinteressado. É muito raro encontrar neste mundo uma pessoa que ame sua religião, sua escola, sua seita, etc., desinteressadamente. Isto é lamentável! Todo mundo está cheio de ambições. Hitler lançou-se à guerra por ambição. Todas as guerras têm sua origem no medo e na ambição. Os problemas mais graves da vida têm sua origem na ambição. Todo mundo vive em luta contra todo mundo devido à ambição; uns contra os outros e todos contra todos. Toda pessoa ambiciona ser algo na vida. As pessoas já de certa idade, professores, pais de família, tutores, etc., estimulam os meninos, as meninas, as senhoritas, os jovens, a seguir pelo horrendo caminho da ambição. Os adultos dizem aos jovens que eles têm de ser alguma coisa na vida, que têm de ficar ricos, que devem casar com gente milionária, ser poderosos… As gerações mais velhas, horríveis, feias, antiquadas, querem que as novas gerações sejam também ambiciosas, feias e horríveis como elas. O mais grave de tudo isso é que a gente nova se deixa levar, se deixa conduzir pelo horrível caminho da ambição. Os professores e professoras devem ensinar aos alunos e alunas que nenhum trabalho honrado merece desprezo. É absurdo olhar com desprezo o motorista de táxi, o balconista, o camponês, o engraxate, etc. Todo trabalho humilde é belo. Todo o trabalho humilde é necessário na vida social. Nem todos nasceram para engenheiro, advogado, governador, presidente, doutor, etc. No conglomerado social, todos os trabalhos são necessários, todos os ofícios; nenhum trabalho honrado deve jamais ser depreciado. Na vida prática, cada ser humano serve para alguma coisa. O importante é saber para o que serve cada um. O dever dos professores e professoras é descobrir a vocação de cada estudante e orientá-lo nesse sentido. Aquele que trabalhar na vida de acordo com a sua vocação, trabalhará com verdadeiro amor e sem ambição. O amor deve substituir a ambição. A vocação é aquilo que realmente nos agrada, aquela profissão que desempenhamos com alegria, porque é o que nos agrada, o que amamos. Infelizmente, na vida moderna, as pessoas ,trabalham sem gosto e por ambição; exercem profissões que não coincidem com a sua vocação. Quando alguém trabalha no que gosta, em sua verdadeira vocação, o faz com amor porque ama sua vocação, porque suas atitudes para a vida são precisamente as de sua vocação. Este é precisamente o trabalho dos professores. Saber orientar os alunos e alunas para que descubram suas aptidões; orientá-los pelo caminho de sua autêntica vocação.

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