Paixão e Morte

Paixão e Morte

Qual o significado desse mistério de Paixão e Morte referente à Semana Santa?

O que é a Paixão referida aqui?

E o que é esta Morte assinalada nesse período?

Quem vive o Drama de paixão e morte? Somente Jesus? Ou todos nós também o vivemos em algum aspecto na nossa jornada espiritual?

Qual a razão de Jesus ter passado por todo esse Drama?

Qual o ensinamento silencioso que está sendo passado com todas as cenas que são mostradas nessa caminhada realizada por este grande Mestre?

Carregar uma Cruz? Qual o significado oculto por trás desta cena?

Ser humilhado pela multidão que pede a crucificação de uma pessoa que representa Deus?

Qual o sentido esotérico de tudo isso? Qual a mensagem passada para cada um de nós presente em todo esse drama?

 

Quando vemos Jesus levando a sua Cruz para ser crucificado vemos que nessa jornada está representado o Drama que devemos viver dentro de nosso mundo interior. Este grande Mestre está nos ensinando os passos de como realizar a obra espiritual.

Quando falamos de Jesus Cristo, cabe ressaltarmos que a palavra Cristo refere-se a uma força Divina. Esta força é a vida e a substância que anima tudo que há. É Deus dentro do homem. E essa força está latente dentro de cada um de nós esperando ser germinada.

Na história da humanidade existiram vários sábios que se integraram com esta força por meio de uma transformação e regeneração interior. E Jesus foi mais um desses grandes seres que atingiu a perfeição através de uma mudança de comportamento e regeneração interna, culminando o seu trabalho espiritual com a integração desta força Cristo dentro de si.

O Drama de paixão e morte é a representação da jornada espiritual que temos que percorrer para que também possamos nos integrar com esta força.

Ora, e como vamos realizar este Drama dentro de nós mesmos?

A Gnosis nos ensina que temos que eliminar de nosso interior todos os defeitos que temos. Os vários defeitos que possuímos nos faz pessoas inconstantes, egoístas, escravas de falsos conceitos e vítimas das circunstâncias. E é esse conjunto de defeitos presente em nosso interior que representa a “Paixão”, o Ego que carregamos dentro.

Esses defeitos são representados no Drama da Semana Santa pela multidão que pede a crucificação de Jesus. E assim acontece dentro de nós, pois os nossos defeitos pedem a crucificação de nosso Cristo Íntimo, da divindade que temos latente em nosso interior.

A “Morte” neste Drama significa o papel que temos de eliminar todos os defeitos psíquicos que temos para nos integramos com a Divindade que possuímos – o nosso real SER.

Drama este que temos que viver a cada dia, para buscar a real mudança dentro de nós. Dessa forma, aprendemos a não reagir e não nos identificar com os problemas diários.

Assim, fica claro porque Jesus levava a sua cruz sem reclamar e sem questionar diante aos insultos que eram direcionados a ele. Reclamar e esbravejar de tudo aquilo que sofremos seja por causa de uma situação financeira, familiar ou diante da ofensa vinda do outro, somente faz com que alimentemos os egos e assim os eventos voltam a ocorrer. Até que tiremos todo o sumo de aprendizado que tivermos que ter para nosso crescimento.

 

Semana Santa Gnosis Brasil

 

As recorrências nos afastam a possibilidade de morrer psicologicamente mais rapidamente. Ou seja, nos transformarmos em uma pessoa melhor fica cada vez mais difícil.

Devemos ficar irados porque nos tratam com ira? Ora, mas isso não serviria apenas para alimentarmos a nossa ira? Como queremos eliminar a ira agindo assim?  

Devemos ficar impacientes porque nos tratam com impaciência? Que horrível seria se agíssemos de tal maneira. Como eliminaremos os defeitos que carregamos dentro se a cada instante damos alimento a eles? Vejamos na íntegra o trecho do livro “Morte na Cruz” do V.M. Lakhsmi esclarecendo pontos referente ao que foi dito:

 

“Quando o Mestre fez todo o percurso com sua Cruz nas costas, recebeu todos os atropelos contra sua dignidade humana e contra sua mensagem. As multidões o fizeram por ordem de Caifás.

Caifás era Sumo Sacerdote, símbolo da má vontade que Pilatos não quis conter e este, para justificar a morte do Mestre, perguntou às multidões o que preferiam, se a crucificação e morte de Jesus ou a crucificação e morte de Barrabás.

E as multidões gritavam referindo-se a Jesus: Crucifica! Crucifica!

Barrabás neste drama representa o Ego. Claramente as multidões sempre apoiam a existência do Ego e a morte do Cristo.

Como já dissemos, terminada esta viagem do Mestre com a Cruz e havendo recebido toda classe de vitupérios e maus tratos sem haver pronunciado uma palavra de protesto, este Homem ganhou o direito de morrer na Cruz.”

 

A princípio pode ser complexo para cada um de nós não reclamar e não reagir diante dos eventos da vida e aceitar a nossa crucificação, dissolvendo aquilo que somos hoje. Porém, o que nos levará a ter uma vida mais consciente e com mais harmonia?

Dar energia e importância para nossos defeitos ou dissolvê-los morrendo na Cruz?

Fica a reflexão com uma frase do mestre maior, Jesus Cristo: “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Que essas palavras sejam o nosso guia!

 

 

Saiba mais: https://gnosisbrasil.com/artigos/a-semana-santa-e-as-7-palavras-do-cristo-no-golgota/

 

 

Rodrigo O. Caldeira

18 de abril de 2019

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