A Voz Sutil

Existe um som místico que o yogue deve aprender a escutar. Os astecas conheceram este místico som. Recordemos o morro de CHAPULTEPEC. Um códice mexicano representa um grilo sobre o morro. Na Roma antiga dos césares, o grilo era vendido em gaiolas de ouro a preços elevadíssimos.

Os magos da antiga Roma compravam esse animalzinho para empregá-lo na magia prática.
Se tivermos esse animalzinho próximo à cabeceira da cama, e se meditarmos em seu canto delicioso, então escutaremos a voz sutil, no instante mesmo de adormecermos. Este fenômeno é semelhante ao dos pianos igualmente afinados. Se, por exemplo, tocarmos a nota Si de um dos dois pianos, no outro piano repete-se a mesma nota Si tocada. Este fenômeno vibratório é muito interessante e qualquer um pode comprová-lo. A mesma coisa acontece com o canto misterioso do grilo. Dentro do cérebro humano existe o místico som que ressoa quando o animalzinho canta. É questão de afinidade e vibração. Não é problema a alimentação desse animalzinho, pois sabemos que se alimenta de vegetais; também come a roupa, sendo por isso temido pelas donas-de-casa. Pode-se conseguir esse animalzinho no monte.

Aquele que souber escutar a voz sutil, poderá sair instantaneamente em corpo astral toda vez que quiser. Se o devoto concentra-se no canto do grilo, se o yogue medita no canto do grilo, se o yogue adormece escutando esse canto, prontamente ressoará dentro do seu cérebro o mesmo canto, o místico som, a sutil voz. Então, as portas do mistério estão abertas. Nesse instante, o gnóstico pode levantar-se de sua cama com toda a naturalidade e sair de sua casa em corpo astral.

Porém, não se trata de levantar-se com a mente; o que estamos dizendo deve ser traduzido por fatos. O devoto deve levantar-se de sua cama com inteira naturalidade, deixando que a natureza se encarregue nesse momento de separar o corpo astral do corpo físico.

Fora do corpo físico, sentimos uma voluptuosidade espiritual deliciosa. Não há maior prazer que o de sentir a alma desprendida. Nos Mundos Superiores, podemos conversar com os Deuses inefáveis. Nos Mundos Superiores, podemos estudar aos pés do Mestre. Assim libertamo-nos das teorias, assim bebemos na fonte viva do conhecimento.

Todo devoto deve aprender a escutar a voz sutil. Com o som místico, o devoto pode realizar maravilhas e prodígios.

Se o devoto quiser escutar o som místico, sua concentração deve ser perfeita. A princípio, o estudante escutará muitos sons. Mas concentrando-se com intensidade no canto do grilo, afinal conseguirá escutá-lo. Então obterá a vitória. Com o som místico chegamos inevitavelmente à iluminação.

O som místico, em última instância, procede do coração tranqüilo. Devemos buscar a origem remota do som místico na MÃE DIVINA. O devoto deve orar à DIVINA MÃE, para que ela lhe conceda a graça de escutar o místico som.

Graças à MÃE DIVINA, todo devoto pode ter a felicidade de escutar o místico som que lhe permite a saída instantânea em corpo astral. O devoto que quiser realizar com êxito estas práticas, deve entregar-se à meditação interna quando verdadeiramente sentir bastante sono.

Saibam que todo exercício esotérico de meditação, com ausência do fator sono, é danoso, inútil, estéril, pois prejudica a mente e arruína o cérebro.

A meditação interna deve ser combinada inteligentemente com o sono.

Se o estudante gnóstico não tiver a sorte de possuir o maravilhoso animalzinho mencionado neste capítulo, deverá então fazer ressoar a letra S, assim: sssssssssss…; como um silvo muito fino e delicado (lábios entreabertos e dentes de cima tocando os dentes de baixo). Por detrás desse finíssimo som acha-se a voz sutil que nos permite a saída instantânea em corpo astral.

Para a meditação interna, o devoto deve escolher uma posição bem cômoda. A seguir, vamos mencionar duas posições bem cômodas:

POSIÇÃO DE HOMEM MORTO

Deite-se o devoto em posição de cadáver. Coloque os braços estendidos ao lado do corpo. Estire bem as pernas como as dos cadáveres, juntando os calcanhares e separando as pontas dos pés em forma de leque.

POSIÇÃO DA ESTRELA FLAMÍGERA

Deite-se o devoto em posição de estrela flamígera, com o corpo bem relaxado, abrindo os braços e as pernas para direita e para a esquerda, tomando a forma de estrela de cinco pontas. Esta é a posição do Mestre. Os Grandes Mestres utilizam esta posição para a meditação interna. Diante desta figura, os tenebrosos fogem cheios de terror. Quando o MESTRE se levanta deixa ali sua imagem flamígera, que faz fugir os tenebrosos.

Os devotos não devem meditar com o estômago cheio. É necessário que deixem o pecado da GULA. Deve-se fazer três refeições por dia.

DIETA ESOTÉRICA

Desjejum: pão torrado com mel de abelhas e leite quente. Pode-se acrescentar algumas frutas.

Almoço: o almoço deve ser à base de vegetais e frutas. Também se pode comer todo tipo de grãos.

Ceia: Leite quente e pão com mel de abelhas. Isso é tudo e nada mais.

A meditação deve ser realizada às dez da noite. Deve-se também fazer meditação ao amanhecer. Se o estudante praticar às dez da noite e ao amanhecer, progredirá rapidamente.

O Livro Amarelo- Samael Aun Weor

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