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A Arte Régia da Natureza

A-Arte-Regia-da-naturezaA Arte Régia da Natureza 

O Conhecimento Gnóstico, a própria Gnosis, tem como sustentáculo Quatro Colunas, que são: Filosofia, Ciência, Religião e Arte. As quatro bem equilibradas formam o estudante gnóstico.

Todavia, o que é arte? Para que serve? Qual a diferença entre arte subjetiva e arte objetiva?

De acordo com o dicionário de língua portuguesa Priberam, “Arte” tem a seguinte definição: latim ars, artis, maneira de ser ou agir, conduta, habilidade, ciência, talento, ofício.

Muito interessante é a origem da palavra: ars, que nos remete à própria palavra “ar”, aquilo que inspiramos. Ou seja, arte é aquilo que é feito por inspiração para inspirar aos demais. Portanto, a Gnosis ensina que devemos agir, ter uma conduta que inspire aos seus semelhantes no bem agir, na boa conduta consigo próprio, com a sociedade e com o seu Ser Íntimo. A Bela Arte é aquilo que é bem feito.

A música, a literatura, a pintura, a escultura, arquitetura nos trazem grandes inspirações, inquietudes, fascínio pelo divino quando são feitas por pessoas que buscaram algo superior. Estas foram Beethoven, Listz, Mozart, Wagner, Dante, Goethe, Victor Hugo, Shakespeare, Botticelli, Doré, Donatello, Da Vinci, Michelangelo e muitos outros no passado. Foram os chamados “Grandes Gênios da Humanidade”. Quando nos concentramos e meditamos em suas obras, algo desperta em nós, uma luz duradoura, uma emoção que nos arrebata e leva para as alturas (aumentando nossa vibração), pois tais obras estão em pleno contato com a chamada Arte Régia da Natureza.

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Todavia, no final do século XIX, e séculos XX e XXI produziram um tipo de arte que, no mínimo, nos inspira a castigar a nós mesmos. A literatura do período realista (que de Real não há nada) nos lança na lama com seu niilismo, a música nos estapeia com suas tristezas e paixões absurdas, instintivas e animalescas, a pintura traz escatologia, desassossego, trevas, a escultura é indefinível, produto de uma mente torta e pervertida, etc. etc. etc.

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Esses dois tipos de arte foram muito bem separados por Samael Aun Weor, como se separa o joio do trigo, em suas palavras: Há duas classes de arte: uma arte que poderíamos chamar de “subjetiva”, que é a arte ultramoderna, que a nada conduz; e existe também a Arte Régia da Natureza, a Arte Objetiva, Real, a Arte Transcendental. Obviamente, tal Arte contém, em si, preciosas Verdades Cósmicas.

Nos antigos tempos, os povos mais religiosos eram ensinados sobre os Sagrados Mistérios através da música, da dança (dervixes dançantes, por exemplo), das esculturas etc. Era um tipo de educação emocional que chegava diretamente à Consciência de cada indivíduo. Tal Arte Superior estava aliada à Ciência (comprovação, experimentação), à Filosofia (questionamento, busca da Verdade) e à Religião (adoração, devoção ao que é divino, mística absoluta).

Há que ter em conta que a Arte Sagrada dos antigos tempos era …altamente científica, profundamente filosófica e essencialmente mística, ensina Samael.

A Arte Régia da Natureza é aquela que segue as Leis Universais da Criação, nos mostrando através dos fenômenos da própria Mãe Natureza. Ensina o indivíduo não com um abecedário ou régua e papel, mas com o exemplo vivo. E há muitos exemplos que nos mostram profundas pérolas cósmicas:

 

  • As águas do mar evaporam, tornam-se nuvens, e levam chuvas para a terra, fertilizando-a, dando vida às plantas, aos animais, aos rios; isto simboliza que devemos trabalhar com nossas próprias águas vitais (seminais) para que elas subam para nosso cérebro (cuja forma recorda nuvens) e do cérebro para topo o corpo, dando-nos saúde e vitalidade.

 

  • A semente que pode vir a ser uma frondosa árvore, com flores e frutos, nos mostra que é na semente, no grão, que temos todas as possibilidades de transformação.

 

  • Uma planta surge do lodo de uma terra fértil, mostrando a nós que são nas piores adversidades que podemos cristalizar em nós as verdadeiras virtudes do Ser (através da descoberta, estudo e eliminação dos defeitos psicológicos, do “mim mesmo”).

 

  • A flor do girassol que segue o Sol; assim deveríamos ser nós, seguindo o Ser Interior, o Altíssimo, tornando-nos veículos de expressão d’Ele.

 

  • De uma mera larva surge a mais bela das borboletas, símbolo da nossa própria alma. A larva somos nós, meros embriões de alma. Apenas com grandes esforços (como as borboletas se esforçam para sair do seu casulo) que poderemos ter uma individualidade real e sermos seres completos e divinos.

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  • O Sol que se põe no ocidente, surge a escuridão da noite, e nasce o Sol no oriente: tal processo nos mostra que antes de toda exaltação vem uma grande humilhação, sempre há necessidade de descer para voltar subir no céu da Consciência (como a eterna Morte e Ressurreição das divindades solares).

 

  • As águas paradas das sujas poças e a putrefação dos pântanos nos mostra a Lei da Entropia: quem fica parado – contrariando o dinamismo da vida –no trabalho de autoconhecimento, acaba se estagnando, apodrecendo, ficando para trás, e “cai” (abandona os estudos sobre si mesmo) lamentavelmente. Nunca devemos esquecer que a SABEDORIA É INFINITA, portanto, também nunca devemos achar que já sabemos o suficiente sobre nós mesmos e sobre o Universo.

 

  • As substâncias são formadas por moléculas, que por sua vez são formadas por átomos, cujos elementos básicos são próton (força positiva), elétron (força negativa) e nêutron (força neutra), nos mostrando a Lei do Três: tudo se cria através da união de três forças; um corpo humano só surge quando um homem, uma mulher e o ato sexual se unem, por exemplo; na química, dois reagentes (2) e a ação de misturar (1) formam um produto.

 

  • As fontes de água que brotam das rochas e saciam a sede dos seres que a necessitam nos mostra que é nosso próprio corpo, máquina humana, (elemento Terra) que pode surgir a vitalidade, a energia (elemento Água), necessária para manter a vontade e persistência contra si mesmo. Muito interessante a palavra “máquina”, que vem do latim machina, que por sua vez veio do grego mekhane, palavra derivada de mekhe, que significa tanto “meio” quanto “remédio”. Ou seja, é de nosso próprio laboratório humano que surge o remédio para nossas enfermidades físicas e psíquicas.

 

  • Ao serem batidos um contra o outro, dois pedaços de rocha produzem faíscas, fogo e luz. Homem e mulher que se amam equilibradamente podem produzir grandes coisas em suas vidas – não somente uma família, mas a mais pura felicidade.

 

  • As riquezas minerais como bronze, prata, ouro etc. estão abaixo da terra, mostrando-nos que também devemos descer, entrar em nossos próprios infernos atômicos, que devemos encontrar o ouro (virtudes). E, após, devemos refiná-lo para ter o ouro mais reluzente e limpo.

 

O equilíbrio natural entre as águas (do mar, dos rios), a terra, os ventos e o calor nos mostra que devemos ter esse mesmo equilíbrio dentro de nós mesmos: devemos ter nosso sangue e líquidos bem limpos, desintoxicados (água); devemos ter nossos músculos e ossos bem estruturados e trabalhados para evitar enfermidades (terra); devemos buscar um bom ar, limpo, para tirar os venenos da poluição e praticar exercícios respiratórios (ar) para oxigenar o corpo; evitar o estresse, ter serenidade, paciência e equilíbrio sexual para não danificarmos o sistema nervoso e, consequentemente, diversas partes do corpo (fogo).

 

    • Os Cabalistas representam o Universo e, como corolário, o Homem, como uma árvore, a chamada Árvore da Vida. O Homem Real e Autêntico, o universo em miniatura ou microcosmos, é aquele que fincou suas raízes no mais profundo de si mesmo, purificando (através de duros trabalhos) seus reinos inferiores de toda amargura, ódio, ira, desejos, paixões, orgulhos etc., extraindo assim o alimento necessário para crescer e fortificar-se, ao mesmo tempo em que necessita dos raios solares e do alento dos bons ares (o auxílio superior divinal) para abraçar a paisagem com seus galhos (sua Consciência, acima do bem e do mal), expressando suas flores (virtudes) e seus frutos (ensinamentos), que, ou caem na dura terra (produzindo futuras “árvores”) ou servem de alimento para o necessitado (buscadores de luz).

     

    Por fim, vemos que a Natureza, como uma bondosa Mãe, nos ensina com Ciência, Filosofia, Religião e Arte, tudo de acordo com as Leis Universais. Talvez, a palavra-chave para criar nossa própria Natureza Interior seja Equilíbrio. E para atingir o máximo de equilíbrio é necessário acabar com aquilo que nos impede de chegar a esse objetivo: o Eu Psicológico.

     

    Ensina um grande sábio da humanidade: …No trabalho esotérico crístico, cada pessoa tem que saber mandar-se, saber dirigir-se e, sobretudo, fazer-se obedecer em sua Natureza Inferior. Do contrário, sereis escravo dela, sereis um a mais no montão, talvez falando maravilhas do que não pudestes fazer.

     

    Morte, Nascimento e Sacrifício pela Humanidade são os Três Fatores da Revolução da Consciência para chegarmos à perfeição natural do Ser.

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