Retorno e Reencarnação
Eis-me aqui no Parral diante do sepulcro de Pancho Villa a quem invoco e chamo com voz alta. Palpitam como as asas de pássaros em fuga as velas que a brisa noturna sacode e o ar; a flor da onda delgadamente franze a seda azul, tecida de estambre de cristal. Alguém responde de forma terrível do mais profundo da negra sepultura… é o fantasma do nobre general. Repreende-me com duras palavras…sua ex-personalidade se levanta e me reconhece. Eu também estivera na Divisão do Norte e militara em suas fileiras com meu grupo… Agora volta para teu sepulcro, exclamei. Então, Aquela sombra retornou à fossa sepulcral. Mais tarde, visitei outros cemitérios e invoquei meus velhos companheiros de batalha que acorreram ao meu chamado esparramando raças e atropelando séculos… As leis do tempo tangiam as almas das tumbas que atônitas, gritavam em fúnebre alarido: aqui estou! Ó meu Deus!… do interior de cada sepulcro brotava como por encanto um ou outro daqueles meus companheiros mortos nos campos de batalha. Eles me reconheceram e conversei com todos. Depois, cada um voltou a sua fossa sepulcral… Logo após fiquei meditando. Que sabem disso os pseudo-esoteristas? Que comentam sobre este tema os pseudo-ocultistas?…
É ostensível que três coisas vão para a sepultura: o corpo, o fundo vital e a personalidade que lentamente se dissolve. Inquestionavelmente nem tudo vai para o sepulcro. Há algo que continua mais além. Refiro-me a Seth, o Ego, o Mim Mesmo. De nenhum modo exageramos, se enfatizamos a idéia correta de que aquilo que sobrevive é um montão de Diabos… (Eus). Obviamente, existe também a essência anímica em nós. Porém, infelizmente, ela se encontra engarrafada dentro desses Eus-Diabos. Semelhantes Eus-Diabos costumam concorrer aos centros espíritas, quando então se introduzem nos corpos dos médiuns e com eles se identificam. A humanidade não ganha nada com esses experimentos tenebrosos. O carma desses médiuns é a epilepsia nas vidas subseqüentes.
Seth, o Eu Pluralizado, não se reencarna. Ele simplesmente regressa, retorna, se reincorpora em novos organismos e isso é tudo. A palavra reencarnação é muito exigente. A Doutrina de Krishna ensina que somente os Deuses, Reis Divinos, Semideuses, etc., se reencarnam. Infelizmente, abusou-se demais deste termo no mundo ocidental. Nos antigos tempos, as reencarnações eram celebradas no Tibete, com grandes festas.
Necessitamos morrer (morte psicológica) de momento a momento se é que queremos de verdade queremos nos individualizar. O Eu Pluralizado exclui toda a individualidade. De maneira nenhuma pode haver individualidade onde coexistem múltiplas entidades (Eus) que lutam entre si e que originam em nós as mais variadas contradições psicológicas.
A reencarnação é somente para Indivíduos Sagrados. Quando Seth morre totalmente, resta em nosso interior somente o Ser. Isso que nos dá autêntica Individualidade. Quando Seth se desintegra totalmente, então, a Consciência, a Alma, se liberta, desperta radicalmente advindo a Iluminação Interior.
Posteriormente, é ostensível que deveremos alcançar a supra-individualidade se é que realmente aspiramos à libertação final.
À medida que vamos nos elevando na maravilhosa escala do pleno desenvolvimento revolucionário, nos damos conta cabal que nas etapas já trabalhadas, quase sempre cometemos o erro de confundir as sombras com a realidade.
Finalmente, quando tivermos conquistado a libertação final, depois de muitas mortes e renúncias, cada vez mais e mais terríveis então, todo o “véu mayávico”, deixará de existir para nós.
V.M.Samael Aun Weor