Arcano Nº. 1: O Mago. O Homem. “Espada; Vontade; Poder”.
01 – O Mago
KETHER – O Ancião dos Dias
Letra: Aleph. Espada. Vontade. Poder.
PE: Iniciação nos mistérios.
PM: Poder volitivo.
PF: Domínio das forças em movimento.
AT: “Sê em tuas obras como és em teus pensamentos”.
AA: Mercúrio.
EG: Obstáculos vencidos; iniciativas positivas; influências variáveis.
D: Vontade, virtude, perseverança, triunfo ante o adverso, impõem-se os sãos ideais.
R: Sabedoria, talento, genialidade. Dúvidas e demoras. Assinala ao consultante e ao gênio, se este Tarot está junto ao nº 77.
ARCANO I (1) – O homem, o mago. Kether – O Poder Equilibrador. “O Mago” do primeiro arcano do Tarô, cujo hieróglifo primitivo está representado por um Homem.
O arcano nº. 1, significa o que se inicia, o que se começa, o que se semeia. Todo o começo é difícil. Temos de trabalhar duramente. Temos de semear para colher.
Dá aptidão para resolver os problemas. Confere poder, tanto para despertar como para dominar as paixões no mundo físico.
Mostra propensão para a organização dos elementos naturais e para o domínio das forças em movimento. Dá aptidão para adquirir, dispor, modelar, aplicar.
O arcano nº. 1 é a Unidade, o Princípio da Luz, o Pai, o Mundo como manifestação. O homem como unidade vivente, completa em si mesma, o fundamento da razão de todos os atos, a síntese de tudo, a iniciação nos mistérios e o poder para desfrutá-los e servir-se deles, o poder volitivo.
O arcano nº. 1 dá o triunfo, mas com luta, devido ao Carma.
Descrição da Lâmina
Os olhos na parte superior representam os Olhos do Pai. Internamente representa o Infinito, o Santo Oito, o Caduceu de Mercúrio, os 8 Kabires que regem o Planeta. O Mago está de perfil, do lado direito, indicando com isso que na Manifestação o que importa é o lado direito. Na sua fronte sobressai-lhe a Serpente indicando que está levantado, que é um Mestre Autorrealizado. Na mão esquerda está o Báculo do Poder assinalando o Infinito e representa a medula espinal; com a mão direita assinala a Terra indicando que a domina através da ciência e que se deve subir a partir de baixo. Não se pode subir sem que previamente se tenha descido. É necessário descer à Nona Esfera, a qual tem duas representações: a primeira é o sexo, a Pedra Cúbica; a segunda são os nove círculos, os Infernos Atômicos onde o iniciado tem de descer. Simboliza descer para subir.
Na sua roupagem aparece um triângulo com o vértice para cima, isto representa as 3 Forças Primárias reunidas em Kether, o Um. De um lado está uma mesa que representa os 4 elementos (terra, água, fogo e ar), o plano físico.
Sobre a mesa encontram-se vários elementos em desordem: a Espada do poder, o Lingam (órgão sexual masculino); o Cálice, representando o cérebro físico e também o Yoni (órgão sexual feminino); e uma Lua que deve ser transformada em Sol.
Sob a mesa encontram-se a Íbis Imortal, a Ave Fênix, o Cisne Kala-Hansa, o Espírito Santo que simboliza o Amor. Está debaixo da mesa para indicar que é por meio de Fogo Sagrado do Terceiro Logos que se deve dar ordem aos elementos desordenados que estão sobre a mesa.
Na parte inferior, nas Águas da Vida, encontramos a Pedra Cúbica, a Pedra Filosofal já lavrada, indicando-nos o trabalho que deve realizar-se; essa é a Pedra Cúbica de Jesod, o sexo, a pedra de tropeço e rocha de escândalo
Significado Esotérico
O estudo esotérico do Tarô está dividido em duas partes: a Esotérica e a Matemática. A primeira consta de 22 arcanos, depois avançaremos através das Matemáticas.
O arcano nº. 1 é o Mago; o que inicia; o que começa; o Uno é a Unidade, o Espírito Divino de cada pessoa. A Mônada ou chispa imortal de todo o ser humano, de toda a criatura. O Uno é a Mãe de todas as unidades. O Uno desdobra-se em “Dois”, o qual é o arcano seguinte, a Sacerdotisa.
Com o arcano nº. 1 entramos no Santo Regnum da Magia; sobre a cabeça vê-se o Santo Oito representado por dois olhos; é o símbolo do Infinito, representando os 8 Kabires, símbolo da Vida e da Morte.
No centro da Terra, na Nona Esfera encontra-se este sagrado símbolo do Infinito. Sobre este símbolo giram todos os organismos, como o do corpo humano. Dentro daquele que quer autorrealizar-se há sempre uma eterna luta entre “cérebro contra sexo”, “sexo contra cérebro”, “coração contra coração”. Porém se o sexo domina o cérebro produz-se a queda e o Pentagrama (que representa o Mestre) fica com as duas pontas para cima e o vértice para baixo.
O Santo Oito é um símbolo muito importante e interessante; ele encerra, define e enlaça as correntes magnéticas que se estabelecem entre o homem terreno e o espiritual. Tal símbolo une ou separa todos os elementos regidos pela energia atômica se é traçado com os dedos médio, índice e polegar sobre a superfície do plexo cardíaco.
Prática
Pôr a mente serena e em silêncio. Adormecer imaginando a figura do Santo Oito (o Infinito); traçá-lo previamente várias vezes sobre o coração de acordo com a descrição da seção anterior.
Deixar que essa figura se submerja na Consciência pondo a mente em branco, sem pensar em nada. Desta forma depois de algum tempo “Despertareis a Consciência nessa região que se chama Mundo Astral”.
Se observarmos a coluna vertebral veremos o Santo Oito, o Caduceu de Mercúrio ou Hermes representado pelos dois cordões ganglionares que se enroscam na medula espinal; estes são Idá e Pingalá, as Duas Testemunhas, as Duas Oliveiras, os Dois Castiçais que estão diante do Trono do Deus da Terra, e que ascendem ao cérebro, até a glândula pineal e logo à pituitária localizada entre as sobrancelhas até chegar finalmente ao coração por um finíssimo fio chamado Amrita-Nadi.
Pelo cordão da direita sobem os átomos solares, pelo da esquerda sobem os átomos lunares. Quando ascendem pela espinha dorsal acendem os nossos mágicos poderes. O Santo Oito é, foi e será a chave de tudo. Um Mago não existe sem o Santo Oito.
Se examinarmos a representação deste símbolo podemos ver que encerra um duplo circuito onde se cruzam as duas forças; uma fecha e outra abre. Esta é a Chave para “abrir todas as portas”. Abre o nosso templo interior; é o símbolo que abre Livro dos Sete Selos.
Na ordem Sagrada do Tibete é usado para tudo. Esta Ordem, a qual temos a alta honra de representar aqui no México, é a mais poderosa de toda a Tradição Oriental. Está constituída por 201 membros e o seu núcleo superior está formado por 72 Brahama nes, o Grande Regente dessa ordem é o Grande Guruji, Bagavan Aclaiva. A Ordem Sagrada do Tibete é a genuína depositária do Real Tesouro do Aryavarta. Este tesouro é o arcano A.Z.F.
Exercício
Momentos antes de adormecer concentre-se na Sagrada Ordem do Tibete e no Santo Oito invocando o Mestre Bagavan Aclaiva, ele ajudá-lo-á a sair em corpo astral.
Uma noite qualquer seremos chamados à Loja do Tibete e, no Templo dos Himalaias, seremos submetidos a sete provas; quando somos chamados atam-nos os pés para apresentar-nos estáticos.
Porém é preciso ter-se valor porque seremos submetidos a muitas provas e muito severas.
Seremos decapitados e trespassados no coração com uma espada. É preciso ter-se valor.
Aquele que possui aspiração e constância triunfará. A Ordem Sagrada do Tibete é muito exigente. Nela encontram-se os verdadeiros Regentes da Humanidade.
O fogo do Flegetonte e a água do Aqueronte entrecruzam-se na Nona Esfera, o sexo, formando o símbolo do Infinito. É preciso trabalhar com a Água e com o Fogo, origem de animais, homens e deuses. O que quiser subir, primeiro tem de descer; isto é terrível. Esta é a prova suprema; quase todos fracassamos.
Tudo na vida tem um preço, nada nos é dado gratuitamente. A Autorrealização custa a própria vida. Deve-se ter valor e talvez sejamos admitidos na Ordem Sagrado do Tibete.
Da mesma forma que a Terra está constituída, assim também está o nosso organismo. Precisamos de trabalhar e descer aos nossos próprios Mundos-Infernos.
Temos de trabalhar com o sexo; este é Pedra Cúbica de Jesod.
Iniciação nos Arcanos
O arcano nº. 1 é o Mago da Cabala. É óbvio que é o que começa; qualquer coisa que se inicie na vida prática é o arcano nº. 1; é a Unidade.
Torna-se fácil compreender que todo o começo é difícil, é preciso trabalhar duramente, é preciso semear para se poder colher, por isso é que no arcano nº. 1 está a unidade do princípio original. Origem, claro está, de toda a Unidade porque tudo começa com o nº. 1.
A Unidade é a origem da Dualidade ou Binário: 1 + 1 = 2; por último nessa mesma unidade está a síntese realizadora do Ternário.
A Unidade, o nº. “1”, é a Mônada Divina, o Primeiro Logos, é o Pai que está em segredo e cada um de nós tem a sua própria Mônada Individual. Dizia a Sr.ª Blavatsky que há tantos Pais no Céu como homens na Terra.
O Pai, por sua vez ou por si próprio, desdobra-se na Mãe Divina; assim que Ele e Ela são “Brahama”, porque Ela é o aspecto feminino d’Ele. Vemos então como a Unidade é a raiz do Binário, uma vez que este não existiria sem a Unidade.
Se não existisse a Mônada, não existiria a Mãe Divina. A Mônada é a raiz da Dualidade. Há tantas Mães no Céu como homens na Terra; cada um tem o seu Deus interior, o seu Pai e a sua Mãe Celeste particular, própria.
Aclarado isto compreende-se melhor porque a Unidade é a síntese realizadora do Ternário e como e por que se produz.
Quando Jesus orava, orava ao Pai que está em segredo e deixou-nos uma oração: o “Pai Nosso”. Esta oração é cem por cento mágica, demora-se um par de horas a orar bem o “Pai Nosso”, porque cada prece que se faz ao Pai é cem por cento mágica; o erro das pessoas é rezá-la de forma mecânica e por isso não obtêm nenhum resultado. Esta oração tem de ser esmiuçada, analisada, e para isso é preciso relaxar o corpo, que nenhum músculo fique em tensão, então, concentrados, combine-se a oração com a meditação.
As pessoas pensam que o “Pai Nosso” que está nos céus é um senhor que está aí sentado.
Se refletirmos profundamente descobre-se a Mônada, o nº. 1, a origem de todas as outras unidades ou Mônadas. É claro que a Mônada precisa de algo na vida para poder autorrealizar-se. O que é que a Mônada necessita? Averiguá-lo-emos à luz do Sânscrito; necessita de “Vatrasattwa”, o seu significado é “Alma de Diamante”. Esta é uma Alma que não tem o “Eu”, que elimina todos os elementos subjetivos das percepções; estes elementos são os “Eus” e os “três traidores” de Hiram-Abiff, o que é o mesmo que:
Judas, o demónio do desejo erroneamente chamado corpo astral; Pilatos, o demónio da mente que é confundido com o corpo mental e Caifás, demónio da Má-vontade.
Porque será que tudo isto é ignorado pelas escolas pseudoesotéricas?
Os elementos subjetivos das percepções são os agregados, os distintos compostos do ser humano ou os distintos demónios vermelhos que constituem os eus.
Os elementos subjetivos das percepções definem-se, na psicologia, como todos os processos psicológicos do ser humano conhecidos como processos subjetivos do inconsciente, subconsciente, pré-consciente, infraconsciente, e por tudo que é do tipo metafísico.
O que entendem os psicólogos modernos por objetivo? O físico, o tangível, o material.
É claro que estão completamente enganados, analisando o termo “subjetivo” vemos que este significa: sub = abaixo; aquilo que está por debaixo dos limites das nossas percepções. E o que é que está abaixo? Não são os Mundos-Infernos? Não é subjetivo o que está no físico e por debaixo do físico? Isto é, o que é verdadeiramente subjetivo é o que está abaixo dos limites das nossas percepções.
Os psicólogos não sabem usar este termo corretamente.
Objetivo: é a luz, o que é resplandecente, é algo que tem verdade, claridade, lucidez.
Subjetivo: é o obscuro, o tenebroso; os elementos subjetivos das percepções provêm de ver, ouvir, tocar, cheirar, provar, e tudo isso são percepções do que vemos na terceira dimensão; por exemplo: num cubo vemos, somente, a largura, o comprimento e a altura, mas a quarta dimensão não a vemos, isto porque estamos engarrafados pelo Ego. Os elementos subjetivos das percepções estão constituídos pelo Ego com todos os seus Eus.
A Unidade, o Pai por si próprio, desdobra-se na Mãe. Por sua vez a Mãe desdobra-se dando origem ao Filho que leva nas suas entranhas.
Osíris – O Pai.
Ísis – A Mãe.
Hórus – O Espírito Divino, é o Íntimo de cada ser.
A Unidade é a síntese realizadora do Ternário.
Diz-se no Livro dos Mortos dos Egípcios que RA entregou a Hórus, o menino que a Mãe Divina leva no seu regaço, a região de “Buto”; esta é a região do Espírito Puro, ou seja, a região de Atman-Budhi-Manas.
Seth transforma-se num Javali Negro que golpeou o “Olho de Hórus” e este queixou-se a “RA”. Eu curar-te-ei – disse-lhe “RA”, e para o consolar deu-lhe a “região de Buto”. Isto aclara-se do seguinte modo: “É preciso matar o Javali Negro. Assim se restaura o Olho de Hórus, quer isto dizer, a Clarividência é restaurada”.
Hórus pode acabar com o Javali Negro, contudo ele por si só não o pode fazer, por isso tem de pedir ajuda à Mãe Divina. Eliminado o Javali Negro, Hórus triunfa e a Essência que estava engarrafada liberta-se fundindo-se com Hórus, com a Alma de Diamante; une-se com o seu Pai e a sua Mãe; são Três Chamas que formam uma só a Chama Realizadora. A Essência é um desdobramento de Hórus; é preciso pedir a Hórus que a vá fortalecendo, para isso é preciso pedir que fortaleça esses três cérebros.
Quando Hórus absorve a Essência, necessita dos corpos solares e fica um átomo germinal em cada um dos corpos:
Corpo Físico Solar
Corpo Astral Solar – Plena Consciência
Corpo Mental Solar – Conhecimento Pleno
Corpo da Vontade – Consciente
O homem é homem e quanto mais insignificante e microscópico alguém se sinta, melhor; nós, os homens, devemos pensar que somos como formigas; Deus é Deus porque a divindade é a que tem poder; nós não somos ninguém, somos pobres diabos e ainda que o homem seja um “Homem” completo, comparado com Deus é uma formiga.
Um Mestre disse-me: “V. M. Samael Aun Weor, a verdadeira felicidade é ter Deus dentro de si. Ainda que se esteja no Absoluto ou no Nirvana, se não tivéssemos Deus dentro de nós, não seríamos felizes, mesmo que “O” tenham encarnado aqueles que aí vivem.”
Essas palavras deram-me um tremendo impacto e fui consultar o grande sábio Saturno; fiz-lhe várias saudações esotéricas e ele a todas respondeu, porém disse: “não há maior saudação que a do selo do coração”.
Não houve necessidade de falar, em silêncio respondeu-me a tudo dizendo: “se não se tiver Deus dentro de nós não se é feliz.” Essa resposta deixou-me satisfeito. Tais consultas custam “dinheiro” e paguei com o capital de boas ações as quais são moedas metálicas que representam Dharma.
SÍNTESE:
– Este Arcano, o Mago, representa o Homem. É o princípio masculino.
– O nº. 1 significa o que se inicia, o que se começa.
– No Tarô está contido todo o “trabalho”. Aí se desenvolvem todos os processos psíquicos.
– A Unidade é a síntese realizadora do Ternário.
– Enquanto não nos conheçamos a nós próprios, nada se pode saber acerca da Alma e do Espírito.
– As quatro condições que precisam para se ser Mago são as seguintes:
Saber sofrer.
Saber calar.
Saber abster-se.
Saber morrer.
Associações
A síntese cabalística dos números mostra a qual princípio ele está associado, como foi explicado na seção Interpretação, é assim que se interpreta o Tarô e a Cabala.
Todas as cartas possuem sua síntese, nos arcanos menores ela é mostrada na parte inferior à direita da carta.
Exemplo: a carta 23 – O Lavrador se relaciona com o Arcano 5 – O Hierarca, pois 2 + 3 = 5.
Note que, apesar dessa associação, as cartas 1 e 10 (O Mago e A Retribuição) possuem associações planetárias diferentes. O Mago se associa ao SOL e A Retribuição a PLUTÃO. Essas são as únicas exceções, todas as outras cartas que possuem a mesma síntese possuem a mesma associação planetária. As cartas 19, 28 e 55 se associam a PLUTÃO e as 37, 64 e 73 ao SOL. Quanto à relevância, essa informação é duvidosa, pois não foi obtida de um mestre do gnosticismo, mas de Jesus Iglesias Janeiro, o autor dos desenhos das cartas. O V. M. Lakhsmi diz que o Arcano 55 se associa ao 1 e os Arcanos 64 e 73 se associam ao 10, o oposto da associação de Janeiro.
Por que a carta 24 está no meio das cartas associadas ao Mago? O Arcano 24 é a Tecelã, o Tear de Deus, a Grande Obra. Kether, O Ancião dos Dias, sempre se encontra escondido em seu próprio tear, em sua própria criação.