É necessário compreender, é urgente saber, que no pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem há três aspectos perfeitamente definidos. O primeiro deles é isso que se chama Essência e no Budismo Zen chamam de Budata. O segundo aspecto é a Personalidade, a qual em si mesmo não é o corpo físico, ainda que se utilize desse veículo para sua expressão no mundo tridimensional. O terceiro aspecto é o Diabo, o Eu Pluralizado dentro de cada um de nós, o Mim Mesmo.
A Essência, o Budata, dentro do homem, é quem tem verdadeira realidade, isso que lhe é próprio.
A Personalidade é aquilo que não lhe é próprio, o que vem do mundo exterior, o que aprendeu no lar, na rua, na escola, etc.
Quanto ao Eu Pluralizado, ele é esse conjunto de entidades diversas, distintas, que personificam todos os nossos defeitos psicológicos.
Além da máquina orgânica e desses três aspectos que se manifestam por intermédio dela, existem inúmeros princípios espirituais, substâncias e forças que, em uma última síntese, emanam do Ain Soph. E o que é este Ain Soph? Nós dizemos, de uma maneira abstrata, que é a NÃO-COISA sem limites e absoluta. Sem dúvida, é necessário particularizar e concretizar algo mais para que haja uma maior compreensão. Ain Soph é o nosso Átomo Super-Divino, singular, especial, específico e Super-Individual.
Isto significa, em última análise, que cada um de nós não passa de átomo do espaço abstrato absoluto. Esta é a Estrela Interior, atômica, a qual sempre sorriu para nós.
Certo autor dizia: Levanto meus olhos para o alto, para as estrelas, de onde haverá de chegar auxílio, porém eu sigo sempre a estrela que guia meu interior.
Claro que este Átomo Super-Divino ainda não está encarnado, porém encontra-se intimamente relacionado com o chacra Sahasrara, o lótus das mil pétalas, o magnético centro da glândula pineal.
Eu experimentei diretamente o Ain Soph quando me encontrava em estado de meditação profunda.
Um certo dia, não importa qual, atingi o estado que na Índia se conhece como Nirvi-Kalpa-Samádhi e minha alma se absorveu totalmente no Ain Soph para viajar pelo espaço abstrato absoluto. A viagem iniciou na glândula pineal e depois continuou no seio profundo do espaço eterno. E vi a mim mesmo além de toda galáxia de matéria ou de antimatéria, convertido em um simples átomo
Auto-Consciente. Que feliz me sentia na ausência do Eu! Sentia-me além do mundo, da mente, das estrelas e das antiestrelas. Aquilo que se sente durante o Samádhi é inexprimível, somente experimentando-o se compreende. E entrei pelas portas do templo embriagado de êxtase. Vi e ouvi coisas que as animais intelectuais não lhes é dado compreender. Queria falar com alguém, com algum sacerdote divino e o consegui, assim pude consolar o meu dolorido coração.Um daqueles tantos átomos Auto-Realizados do Ain Soph (o Espaço Abstrato Absoluto), aumentou o seu tamanho e assumiu, diante de minha insólita presença, a veneranda figura de um Ancião dos Dias. Da minha laringe criadora brotaram palavras espontâneas que ressoaram no espaço infinito e perguntei por alguém que no mundo das formas densas conhecia. A resposta de tão ínclito Mestre Atômico foi certamente extraordinária: Para nós, habitantes do Ain Soph, a mente humana é o que é o reino mineral para vós. E acrescentou: Nós examinamos a mente humana da mesma forma como vós examinais qualquer mineral.
Em nome da verdade, devo dizer que a resposta me causou espanto, assombro, admiração, estupefação… A demonstração veio depois. Aquele Amador Essencial estudou a mente da pessoa por quem perguntara e me deu informação exata. Já passaram-se muitos anos, mas jamais me esqueci daquela experiência mística.
Tive a sorte de conversar com um Kabir atômico além dos Universos Paralelos, no Ain Soph. Mas, nem todas essas estrelas atômicas do firmamento espiritual estão auto-realizadas. O Átomo-Gênese, o Ain Soph, de qualquer pessoa que não haja fabricado seus corpos solares na Forja Incandescente de Vulcano é muito simples, não contém a outros átomos. O contrário acontece com os Átomos-Gênese Auto-Realizados que, nas ciências ocultas, são chamados de Ain Soph Paranishpanna. Eles contêm dentro de si mesmos quatro átomos sementes que na alquimia são representados simbolicamente pelas seguintes quatro letras: C. O. N. H. (Carbono, Oxigênio, Nitrogênio e Hidrogênio).
Uma noite de verão qualquer, interrogava a um grupo de estudantes gnósticos, dizendo-lhes: Se no final do Mahavântara devemos desintegrar os corpos solares fabricados com tantos esforços na Nona Esfera, então para que os fabricamos? Nenhum dos irmãos pôde dar a resposta certa e coube a mim explicar.
Quando chega a noite cósmica, o grande Pralaya, o Ain Soph absorve as três forças primárias e desintegra os quatro corpos, porém retém e atrai para a sua esfera interior os quatro átomos sementes correspondentes aos quatro corpos. Assim, dentro do Ain Soph Paranishpanna, isto é, Auto-Realizado, estão as três forças primárias e os quatro átomos sementes. A letra C simboliza o corpo da vontade consciente. A letra O corresponde ao veículo da Mente Cristo. A letra N relaciona-se com o Astral Solar e a letra H alegoriza o corpo físico. Na aurora do Mahavântara, dia cósmico, o Ain Soph Paranishpanna reconstrói seus quatro corpos mediante seus correspondentes átomos sementes. Os quatro corpos constituem o Mercabah hebraico, o carro dos séculos, o veículo solar do Ain Soph Paranishpanna, o NÃO COISA, sem limites e absoluto. Os quatro corpos assumem a forma do Homem Celeste manifestado, o veículo de manifestação e de descida no mundo dos fenômenos.
Magia das Runas- Samael Aun Weor