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Para se ter ricas experiências oníricas recomendamos a disciplina da Yoga do Sonho.

“A Yoga do Sonho resulta extraordinária, maravilhosa, formidável; entretanto, costuma ser muito exigente.

Mundo dos sonhos

O quarto deve estar sempre muito bem perfumado e ventilado, mas não inundado com o sereno frio da noite.
Depois de uma detalhada revisão de si mesmo e do quarto em que temos que dormir, o Gnóstico deve examinar sua cama.

Se observarmos qualquer bússola, podemos verificar por nós mesmos que a agulha se orienta para o norte. Inquestionavelmente, é possível aproveitar conscientemente essa corrente magnética do mundo que flui sempre do Sul ao Norte. Orientemos o leito de forma tal que a cabeceira fique sempre para o Norte; assim poderemos usar inteligentemente a corrente magnética indicada pela agulha.

O colchão não tem que ser exageradamente duro nem tampouco muito brando, ou seja, tem que ter uma elasticidade tal que de modo algum afete aos processos psíquicos do adormecido. As molas gritonas ou uma cabeceira que ranja e gema ao menor movimento do adormecido, constituem um sério obstáculo para estas práticas.

Coloca-se debaixo do travesseiro um caderno ou caderneta e um lápis, de modo tal que possa encontrar facilmente na escuridão. As roupas de cama devem ser frescas e muito limpas; deve-se perfumar a capa do travesseiro com nossa fragrância preferida.

Depois de cumprir com todos estes requisitos, o Asceta Gnóstico procederá a dar o segundo passo desta disciplina esotérica. Se colocará em seu leito e, tendo apagado as luzes, se deitará em decúbito dorsal, ou seja, sobre suas costas, com os olhos fechados e as mãos sobre o Plexo solar. Ficará completamente quieto durante alguns instantes e, depois de haver-se afrouxado ou relaxado totalmente, tanto no físico como no mental, se concentrará em Morfeu, o Deus do sonho.

Inquestionavelmente, cada uma das partes isoladas de nosso Real Ser exerce determinadas funções, e é precisamente Morfeu (não se confunda com Orfeu) o encarregado de nos educar nos mistérios do sonho. Seria algo mais que impossível traçar um esquema do Ser; porém, todas as partes espiritualizadas, isoladas, de nossa presença comum, querem a perfeição absoluta de suas funções.

Quando nos concentramos em Morfeu, este se alegra pela brilhante oportunidade que lhe brindamos. É urgente ter fé e saber suplicar. Nós devemos pedir a Morfeu que nos ilustre e desperte nos mundos supra-sensíveis.

A esta altura começa a apoderar do Gnóstico Esoterista uma sonolência muito especial, e então adota a postura do leão:
“Jogado sobre seu flanco direito, com a cabeça apontando para o Norte, recolhe as pernas para cima lentamente até que os joelhos fiquem dobrados. Nesta posição a perna esquerda se apóia sobre a direita; logo coloca a bochecha direita sobre a palma da mão direita e deixa que o braço esquerdo descanse sobre a perna do mesmo lado”.

Ao despertar do sonho normal não devemos nos mover, porque é claro que com tal movimento se agitam nossos valores e se perdem as lembranças. Indubitavelmente, o exercício retrospectivo se faz indispensável em tais instantes, quando desejamos recordar com inteira precisão todos e cada um de nossos sonhos.

O Gnóstico deve anotar muito cuidadosamente os detalhes do sonho ou sonhos na caderneta ou caderno que colocou debaixo do travesseiro para este propósito. Assim poderá levar uma recordação minuciosa sobre seu progresso íntimo na Yoga do sonho. Ainda que só restem na memória vagos fragmentos do sonho ou sonhos, estes devem ser cuidadosamente registrados. Quando não restou nada na memória, deve iniciar o exercício retrospectivo com base no primeiro pensamento que tenhamos tido no instante preciso do despertar. Obviamente, ele se encontra associado intimamente ao último sonho.

Precisamos esclarecer solenemente que o exercício retrospectivo se inicia antes de ter retornado totalmente ao estado de vigília, quando ainda nos encontramos em estado de sonolência tratando de seguir conscientemente a seqüência do sonho. A prática do mencionado exercício se começa sempre com a última imagem que tenhamos instantes antes de retornar ao estado de vigília.

Terminaremos este capítulo afirmando solenemente que não é possível passar além desta parte relacionada com a disciplina da Yoga do sonho a menos que tenhamos obtido a memória perfeita de nossas experiências oníricas.”

A Doutrina Secreta de Anahuac
cap. XVII – Parágrafo 26

Samael Aun Weor

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