Tarot, Kabala e Numerologia – parte 2

Numerologia – Uma terceira integrante deste contexto é a Numerologia, ou ciência dos números, que se complementa perfeitamente na Kabala e, consequentemente no Tarot, uma vez que os números também são signos.

Sócrates, Platão e Demócrito, que eram pitagóricos, defendiam que somente os números, a Matemática Sagrada, trazem clareza ao pensamento.

Neste âmbito, a apreensão da natureza e substância do número não é tarefa ordinária. Jamais cognoscível à ótica vulgar e sem substância é, todavia, fomento às percepções austeras, projetando-as ao intransmissível.

À medida que o homem robustece o intelecto e atrofia o coração, o número e a Unidade, seu princípio divino, se divorciam.

Se o número, em um passado, se projetava ao Imensurável e Intangível, na Idade de Ferro se projeta ao Tangível e Mensurável.

O número deixa o estado Absoluto e se aprisiona no relativo. Nesta ótica, “o Número é a Relação entre a Quantidade e a Unidade”, segundo Newton. Só tem significado quando associado às diferentes unidades. Sem uma unidade, seja esta de massa, cifras ou tempo, o número torna-se sem substância.

O que se entende por “quatro”? Apenas entende-se como um numeral, associado, relativo a alguma unidade. Porém sua substância está perdida e não se pode saber qual o significado de tal substantivo. Aqui aparece aquele homem que gravita ao redor das unidades, as quais absorvem todas as suas forças e esforços. Aqui aparece a Humanidade que somente valoriza as quantidades e desconhece o valor dos princípios. Nasce o “Ter” e morre o “Ser”.

Ficam os signos silenciosos esculpidos na arte e na poesia régia, no Tarot, na Kabala, na beleza legada pelos homens e mulheres que encarnaram os valores imperecíveis da geometria sagrada.

(Eduardo Garcia Ávila Lima)