(Quando fazemos um pedido, muitas vezes os anjos dão-nos a resposta mostrandonos o relógio. O discípulo deve fixar-se na hora indicada pelo relógio. Esse é o relógio do destino; na hora está a resposta. Na alegoria esotérica sempre nos é respondido com um relógio. Temos de aprender a entender esse relógio.
ARCANO XI (11) – A coragem. O leão domado. A persuasão. É a 2ª Hora de Apolônio. A Força. Os Abismos do Fogo. As Virtudes Astrais formam um círculo através dos Dragões e do Fogo. (Estudo das Forças Ocultas).
O arcano nº. 11 é o trabalho com o fogo, com a força do amor.
A persuasão em si mesma é uma força de ordem subtil e espiritual. A sabedoria oculta diz: “avivai a chama do espírito com a força do amor”.
A Persuasão tem mais poder do que a violência.
No capítulo anterior estudamos o concernente à matéria, às formas, ao tempo, à subida e à descida, poderíamos dizer o correspondente às Leis mecânicas da Natureza.
A PERSUASÃO é um trabalho que corresponde a um nível conscientivo onde cada um de nós, mediante muitos esforços e padecimentos voluntários, deve ir tendo um capital cósmico que lhe permita apresentá-lo a sua Divina Mãe Kundalini para que ela, por sua vez, o apresente à Lei para poder ser ajudado e guiado no caminho.
A PERSUASÃO tem a ver com os trabalhos conscientivos a serem feitos em nossa lua psicológica como parte integrada com o Cristo Íntimo. A cada um de nós, devido a nossa imperfeição e à matéria na qual vivemos, nos corresponde trabalhar nos infernos de cada um de nossos planetas, desintegrando efígies e limpando nossos estábulos.
No trabalho da PERSUASÃO, temos que eliminar, dos infernos de nossa lua, esses eus diabos que têm cabeça de lobos e esses eus diabos que têm cabeça de galinha para poder eliminar aqui as aberrações sexuais e a fofoca que caracterizam as áreas lunares de nossa mente. Na PERSUASÃO devemos aprender a respeitar e a honrar aos Deuses porque eles são os que percorreram o caminho e, portanto, com sua sabedoria nos guiam e nos acompanham no nosso.
Na PERSUASÃO aprendemos todos que somente fazendo boas obras pagamos nossas dívidas, e que só as obras que agradam a nossa Divina Mãe são as que ela apresenta ao enfurecido Leão da Lei para poder nos arrancar adiante no caminho que empreendemos, e continuar apresentando novas obras até pagar nosso Karma e conseguir a liberação final.
A PERSUASÃO nos convida ao trabalho, ao sacrifício pela Obra do Pai, por nossa obra e pela humanidade.
Na Cabala este arcano 11 é conhecido como a Persuasão. O hieróglifo é uma formosa mulher que tranquilamente, e com serenidade olímpica, fecha com as suas próprias mãos as fauces de um furioso leão.
Os tronos dos Reis Divinos estiveram adornados com leões de ouro maciço. O Ouro significa o fogo sagrado da Kundalini. Isto lembra-nos Hórus, o Ouro.
Precisamos de transmutar o chumbo da personalidade no ouro do Espírito, este trabalho só é possível no laboratório do alquimista.
Quando o “pombinho” alquimista é coroado transforma-se num Deus do Fogo, então abre com as suas próprias mãos as terríveis fauces do furioso leão. O ouro potável da alquimia é o fogo sagrado do Espírito Santo. Seria impossível o ligamen da cruz -homem no triângulo-espírito (arcano nº. 12) sem o “Ouro Potável”.
O “11” é decomposto cabalisticamente do seguinte modo: 1 + 1 = 2.
1 = masculino; 2 = feminino.
1 Homem + 1 Mulher = 2; Homem-Mulher, o “Fogo”.
O número “11” consta de duas unidades que Henry Kunrath traduz nestas duas palavras: Coagula Solve. Precisamos de acumular o fogo sagrado e de seguida aprender a projectá-lo.
A chave está na conexão do Membrum Virile e do Genitalia Murielis, quietude do Membrum Virile e do Genitalia Murielis e de vez em quando um suave movimento.
Transmutar os instintos animais em Vontade. A paixão sexual em Amor. Os pensamentos luxuriosos em compreensão e deste modo vocalizar os mantra secretos.
O homem é uma unidade, a mulher é outra, este é o número 11 do Tarô. Somente através da mulher trabalhando na Grande Obra podemos encarnar o Menino de Ouro, Hórus, o Verbo, a Grande Palavra. Assim, pois, o número 11 é o número de maior multiplicação.
Este arcano é conhecido, na Cabala, como o arcano da Persuasão.
A Persuasão em si mesma é uma força de ordem subtil, espiritual. A Sabedoria Oculta diz: “avivai a chama do Espírito com a força do Amor”.
O Amor em si mesmo é uma força poderosa, omnipotente; a força do Amor mantém os mundos ao redor dos seus centros de gravitação cósmica, os “Sóis”; por isso Hermes Trismegisto diz: “dou-te Amor, no qual está contido todo o summum da Sabedoria”.
Uma palavra suave apazigua a Ira. A Persuasão tem mais poder do que a violência. Se uma pessoa violenta quer atacar, dirija-se-lhe uma frase amável e esta apazigua a sua violência. É por isso que no Arcano 11 aparece uma mulher abrindo as fauces de um Leão; essa é a força viva da Persuasão.
Aprofundando ainda mais, encontramos o Leão de dupla cabeça, o qual representa as Duas Terras, a Visível e a Invisível. O Leão em si mesmo, como animal, é muito importante e muito interessante. Na Atlântida os leões serviram como animais de tiro, arrastando carruagens; eram mansos. Depois da submersão da Atlântida tornaram-se furiosos. O Leão é um símbolo vivente do “Fogo”.
Observai a Esfinge; esta tem garras de Leão, representando o Fogo. No calendário Azteca ou Pedra do Sol há também umas garras de Leão.
Essas garras têm um significado muito grandioso. Se somarmos o nº.11 cabalisticamente: 1+1=2.
O arcano nº. 2 é a Sacerdotisa, a Ciência Oculta, a Mãe Divina, ela em si mesma é
“Fogo” Vivo, por isso no Oriente chama-se-lhe Devi-Kundalini, a nível individual, e de Maha-Kundalini, no aspecto Macrocósmico. Aprender a trabalhar com o Fogo é algo vital. Por tal motivo esse “Dois” decompõe-se cabalisticamente deste modo: 1 Homem + 1 Mulher, os quais devem trabalhar com o Fogo, no Magistério do Fogo.
O “Carro” arrastado por Leões é uma alegoria esotérica profunda e provém de tempos muito arcaicos. O Carro representa o ser humano, o Leão representa o Fogo; isto não é mais do que um símbolo vivente do Homem Solar, do Homem-Sol. Quando se fala do “Carro”, alude-se aos corpos internos do Homem: Vital; Astral; Mental. Nesse carro deve estar o Real Ser. O Zohar mostra-nos o “Ancião dos Dias” a viajar no seu carro através do Infinito. Não há dúvida de que o Real Ser tem que viajar sempre no seu carro para trabalhar nos mundos.
Os Leões do Fogo são a síntese deste número cabalístico, pois o “Onze” decompõe-se em 1+1=2; o 2 em duas unidades, Homem-Mulher, as duas colunas do templo, Jakin e Boaz. Entre essa duas colunas está o “Arcano”; analisando este arcano chegamos ao Magistério do Fogo. O Fogo Sagrado não se pode despertar através do Pranayama ou com exercícios respiratórios combinados com a Meditação; com isso somente se consegue que pequenas fracções ou chispas avivem o despertar dos chacras, elevando-se a tais ou quais centros, porém isso não significa que se tenha levantado a Serpente.
AGNI, o Deus do Fogo ajuda a despertar o Fogo, na condição de se trabalhar na Nona Esfera. Os solteiros podem ajudar-se a si próprios com Pranayamas para levantarem chispas, mas isso não significa que levantem a Serpente.
Temos um Fornilho, o qual é o “cóccix” ou chacra Muladhara; aí devemos pôr o Recipiente, segundo nos indicam os Alquimistas; dentro do recipiente está o Mercúrio da Filosofia Secreta ou “Ens Seminis”, nele encontra-se o “Ens Virtutis”; temos de fechar hermeticamente o recipiente para impedir que a matéria-prima (o sémen) se perca totalmente.
O laboratório tem uma chaminé por onde devem ascender os “vapores”, o canal medular e um destilador que está no cérebro para destilar o Ouro Puro. Este é o laboratório dos alquimistas medievais que transformavam o chumbo em ouro.
Muitos depreciam os elementais mas nós não devemos fazer isto.
As Salamandras cuidam do Fogo. As Ondinas estão entre a matéria-prima encerrada no seu recipiente; as Ondinas ajudam-nos se as dominarmos, caso contrário, “fazem das suas” porque são muito versáteis. Os Silfos fazem subir os vapores que escapam da matéria-prima; os Gnomos encarregam-se de, no cérebro, destilar a matériaprima para que fique convertida em ouro.
Conheci verdadeiros Devas do Fogo com os quais me pus em contacto; vivem no Mundo Causal ou da Vontade Consciente e disseram-me que para além da Clarividência está a Intuição e que é superior porque pertence ao Espírito Puro. Com a Clarividência investiga-se no Mundo Molecular, quer seja nas regiões superiores ou inferiores, mas, por seu lado, a Intuição funciona diretamente no Mundo do Espírito Puro. Por isso a Intuição é superior.
A Intuição tem a sua raiz na glândula pineal ou chacra sahasrara, o loto das mil pétalas.
Esta faculdade está relacionada com “Shiva”, o fogo flamígero, por isso este centro dá-nos o acesso ao Mundo do Espírito Puro.
No ser humano podem existir 49 Fogos; os 7 chacras ou igrejas por 7 níveis, dando como resultado 49 Fogos.
7 x 7 = 49
Há diversas classes de fogos: o fogo do raio; o que se concentra nas plantas; o fogo que arde no interior das montanhas e que é expelido pelos vulcões da Terra; o fogo que se usa para cozinhar; o fogo de cada mundo; etc. Porém, em síntese, somente poderíamos falar de Dois: Fogo Solar e Fogo Lunar. O Fogo Solar é Crístico, sublime, é Devi-Kundalini. O Fogo Lunar é Luciférico, negativo, fatal.
O Fogo Solar cristaliza em Mundos, Sóis, Universos. O Fogo Lunar cristaliza em todas essas entidades que constituem o Ego animal.
O Homem tem de desenvolver os 49 Fogos nos seus chacras.
SÍNTESE:
– O arcano 11 é o Trabalho com o Fogo, com a força do Amor para converter-nos em Chamas Viventes.
– As Ondinas trabalham no ens seminis.
– As Salamandras mantêm o Fogo aceso.
– Os Silfos fazem subir os Vapores.
– Os Gnomos destilam o ens seminis no cérebro
– As criaturas da Água conjuram-se com o copo de água na mão.
– As criaturas do Ar fazem-se obedecer com uma pena de ave.
– As criaturas da Terra conjuram-se com o Báculo ou Bastão.
– As criaturas do Fogo conjuram-se com a Espada.