(Quando fazemos um pedido, muitas vezes os anjos dão-nos a resposta mostrandonos o relógio. O discípulo deve fixar-se na hora indicada pelo relógio. Esse é o relógio do destino; na hora está a resposta. Na alegoria esotérica sempre nos é respondido com um relógio. Temos de aprender a entender esse relógio.
ARCANO XVII (17) – Esperanças. A Estrela da Esperança. 8ª Hora de Apolônio: As Virtudes Astrais dos Elementos, das Sementes de todo gênero.
A Estrela-de-Oito-Pontas representa Vênus, a Estrela da Manhã. No arcano nº. 17 encontramos a Iniciação Venusta.
O símbolo de Vênus mostra-nos que o círculo do Espírito deve estar sobre a cruz, o sexo; quer dizer, o sexo debaixo do controle do Espírito. A inversão do símbolo representa o Espírito dominado pelo sexo.
No capítulo anterior estudamos a FRAGILIDADE, de onde deriva seu nome e, portanto, suas consequências.
A FRAGILIDADE é o resultado de um trabalho que realizamos desinteressadamente com a firme intenção de que o fazemos por bem e para o bem da Obra do Pai. Quem trabalha pelo triunfo não espera nada, não condiciona, simplesmente trabalha como bom Cristão e como bom Filho.
Na ESPERANÇA nos corresponde trabalhar nos infernos de nosso Saturno interior, capturando às Éguas de Diomedes que habitam próximo das águas espermáticas, dispostas a tragar aos que ali fracassam.
Nestes trabalhos necessitamos reforçar a Compreensão, a Vontade e a Disciplina para eliminar as emanações venenoskirianas que as bestas tenebrosas deixam em nosso mundo interior.
Na ESPERANÇA devemos fortalecer nossa Fé Solar para podermos nos manter com o olho aberto, e seguros de que não seremos vencidos nos espantosos combates que devemos sustentar contra estas criaturas infernais.
Neste trabalho devemos nos integrar, como nos anteriores, com nossa Divina Mãe Kundalini e cumprir seu Quinto Mandamento: “RETO ATUAR”, e, como diz o axioma: “Espere o futuro confiante; não faças de tua vida presente um ontem, nem um amanhã”.
TENHAI FÉ!
O hieróglifo do arcano nº. 17 é a Estrela Radiante e a Juventude Eterna. Neste arcano aparece uma mulher desnuda que esparge sobre a terra a seiva de vida universal que sai dos dois jarrões, um de ouro e outro de prata.
Se estudarmos cuidadosamente o conteúdo esotérico deste arcano descobrimos a alquimia perfeita. Precisamos de trabalhar com o ouro e com a prata, com o Sol e com a Lua para encarnar a Estrela-de-Oito-Pontas, o Luzeiro da Manhã.
Realmente a Estrela-de-Oito-Pontas é Vênus. Aquele que alcança a Iniciação Venusta tem a dita de encarnar o Dragão de Sabedoria (o Cristo Interno).
É preciso trabalhar com o fogo e com a água para se receber a Iniciação Venusta. A Estrela crucificada na cruz é o Cristo dos Abraxas, o Filho do Homem, o Verbo encarnado.
No Apocalipse de São João encontramos, relacionado com Vênus, o Luzeiro da Manhã: “…e àquele que vencer dar-lhe-ei a Estrela da Manhã” (apocalipse 2: 26-28). “…Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos dar testemunho destas coisas nas Igrejas. Eu sou a raiz e a geração de David e a resplandecente Estrela da Manhã” (Apocalipse 22: 16).
Cristo é a Estrela da Aurora. Cristo entra na Alma quando se recebe a Iniciação Venusta.
Quando decapitamos e dissolvemos o Eu, o mim próprio, então recebemos a Iniciação Venusta. Aquele que a recebe encarna a sua Estrela.
A Estrela é o Filho do Homem; a Verdade. Ninguém pode procurar a Verdade. A Verdade não pode ser conhecida pelo “eu”. Ninguém pode procurar o que não conhece. Satã, o Eu, o Ego que levamos dentro “não” pode conhecer a Verdade. A Verdade não pode ser estudada, lida ou reconhecida pela mente. A Verdade é absolutamente distinta de tudo aquilo que pode ser lido, estudado ou reconhecido pela mente. A Verdade advém a nós quando decapitamos e dissolvemos o “Eu”.
As distintas verdades das pessoas não são senão projeções da mente. Decapita o teu próprio Eu, dissolve-o através de rigorosas purificações. Assim chegareis à Iniciação Venusta. Então encarnareis a Verdade. O Verbo far-se-á carne em ti. Encarnareis o Filho do Homem e recebereis a Estrela da Manhã.
Todo aquele que quiser encarnar a “Estrela” tem de trabalhar com a seiva da vida contida nos dois jarrões que a mulher desnuda do arcano 17 tem nas suas mãos.
A Estrela que guia o nosso interior é a estrela do “Pai”. O importante para nós é encarnar essa estrela do “Pai”. Temos aqui o mistério do arcano 17. A seiva contida nos vasos de ouro e prata quando sabiamente combinada e transmutada permite-nos chegar até à encarnação da Estrela. A estrela crucificada na cruz é o Cristo.
A Estrela-de-Oito-Pontas deste Arcano representa Vênus, a Estrela da Manhã. Neste arcano encontramos representado o trabalho com o Ouro e com a Prata; com o Sol e com a Lua.
Os antigos alquimistas diziam que se devia transformar a Lua em Sol; isto tem de se saber entender; com tal afirmação, queriam dizer: “abandonar o caminho lunar e entrar no caminho solar”.
Toda a gente é “lunar”. A Lua leva-os e a Lua os traz. Analisemos o seguinte detalhe: os primeiros sete anos da vida infantil são lunares; a Lua os traz.
O segundo septenário, dos 7 aos 14 anos é mercuriano, a criança agita-se, move-se de um lado para outro, vai à escola, precisa de ação.
O terceiro septenário vai dos 14 aos 21 anos, é venusiano, sente os impulsos amorosos, namora; é óbvio que a partir dos 14 anos entram em ação as glândulas sexuais manifestando-se a sua influência no ser humano.
Dos 21 aos 42 anos há 3 septenários (o 4º, o 5º e o 6º) ou 3 etapas solares; é a luta para conquistar o nosso posto na vida. Nessa época (dos 21 aos 42 anos) manifestamo-nos tal qual somos.
O sétimo septenário vai dos 42 aos 49 anos; é marciano; há lutas e torna-se numa época decisiva para cada um.
O oitavo septenário vai dos 49 aos 56 anos; é a influência de Júpiter no ser humano; nessa época aqueles que têm bom Carma estão economicamente bem e aos que não têm, lhe vai mal.
O nono septenário corresponde dos 56 aos 63 anos, entra então o Velho Saturno, entra a velhice no ser humano; é uma época saturnina regida pelo Ancião dos Céus, pode presumir a pessoa tudo o que possa ter merecido.
Depois dos 63 anos entramos na Anciandade e surge novamente a influência lunar. A Lua nos trouxe e a Lua nos leva.
Se examinarmos a vida do ser humano, toda ela é regida pela Lua e quando se entra nos mundos internos, entra-se pela porta da Lua. O importante é transformar a Lua em Sol e para isso tem de se trabalhar com o Ouro e com a Prata. Sem a alquimia não se poderia compreender este arcano; o que é importante é transmutar o chumbo em ouro; esse é o trabalho que temos de realizar na Forja dos Ciclopes.
A importância deste arcano 17 está na Iniciação Venusta, ela é a parte mais elevada deste arcano e está representada pela Estrela-de-Oito-Pontas, a Estrela de Vênus; se observarmos cuidadosamente o símbolo de Vênus podemos constatar o seguinte:
– O círculo, o Espírito. A cruz, o sexo sob o controle do Espírito.
– No sentido inverso, o símbolo representa o Espírito dominado pelo sexo.
Isto é o que sucede na Terra, em que o sexo domina o Espírito.
Vênus, a Estrela da Manhã é muito elevada no seu aspecto positivo, é maravilhosa, é a Iniciação Venusta; mas na sua parte negativa encontra-se o aspecto Luciférico.
A hora ideal para sair em corpo astral é a aurora, esta é a hora de Vênus, contudo se não nos encontrarmos no grau de pureza adequado, somos envolvidas pelas correntes luciferinas.
Lembremo-nos de Vênus-Lúcifer o qual tem dois aspectos; pois assim como há o fogo sagrado ascendente da Kundalini, também há o fogo descendente do órgão Kundartiguador.
Todo o trabalho com a alquimia vai no sentido de alcançar a Iniciação Venusta e na verdade isto é muito difícil. Observemos o caso da Sra. Blavatsky que se casou com o Conde Blavatsky; e separados após dois meses, sem terem relação sexual; viajou pela Índia e esteve em Shangrilá; a sua missão foi grandiosa, escreveu a “Doutrina Secreta” e no tomo VI concluiu convidando aos que a lerem à prática da alquimia pois sem ela não se chega à Autorrealização. Casou-se já com certa idade com o Coronel Olscott, não por paixão, pois a resposta a encontramos nos mundos internos com os Corpos Solares fabricados.
A Sra. Blavatsky é uma Dama-Adepto, que fez uma Grande Obra, contudo não alcançou a Iniciação Venusta porque devia ter corpo de homem. O Cristo encarnou unicamente num corpo de varão. Por isso ela está atualmente a preparar-se para tomar corpo masculino e nascerá nos Estados Unidos da América. Está sendo animada na sua intenção porque renunciou ao Grande Nirvana e ter de regressar a este mundo não é nada agradável.
Para se conseguir a Iniciação Venusta precisa-se do sexo, porque há sete serpentes de fogo que correspondem aos sete corpos: Físico; Etérico; Astral; Mental; Causal; Búdico e Átmico ou Íntimo; a cada um deles corresponde uma serpente; dois grupos de 3 com a sublime coroação da sétima que nos une com o Pai, com a Lei.
Aquele que quiser alcançar a Iniciação Venusta tem de levantar as sete serpentes de luz. Primeiro levanta a do corpo físico para receber a primeira Iniciação Venusta, depois a do corpo vital, a qual corresponde à segunda Iniciação Venusta e assim sucessivamente.
A Encarnação do Cristo começa com a “Iniciação Venusta” e a vivemos em duas formas: primeiro de modo simbólico e depois a desenvolver tudo o que foi dito nas Iniciações; viver tudo isso é a crua realidade, praticar tudo o que se predica; é um árduo trabalho.
O Cristo é o Mestre dos Mestres. É um erro de toda a gente acreditar que Jesus é o único Cristo. Hermes, Quetzalcoatl, Fu-Ji, Krishna, etc. também encarnaram o Cristo.
O Cristo encarnado tem de fazer o que predica, e pratica-o; sendo Deus, faz-se Homem; por isso tem de lutar contra as sua próprias paixões, contra tudo; o Ouro é provado com o Fogo e sempre sai vitorioso.
Ele encarna, fazendo-se Homem sempre que for preciso; e fá-lo com o propósito de mudar o Mundo. É o Ser do nosso Ser; nele todos somos Um; Ele, Ele, Ele, Ele submerge-se no Pai e este por sua vez submerge-se Nele.
O que encarna o Cristo passa a prova e ascende muito para além do Nirvana, para mundos de superfelicidade e dita.
Por esta “Senda” entram só os valentes. Se não se sabe unir-se com a “Força do Pai” e da Mãe, com alma, vida e coração não se alcança e se fracassa.
Temos de agarrar-nos ao nosso Pai e à nossa Mãe, desenvolvendo o Amor. Como podemos acolher-nos no seio dos nossos Pais se não tivermos Amor!
Neste mundo, atualmente não há Escola Rosa-Cruz. A única e verdadeira está nos mundos internos; no mosteiro Rosa-Cruz fui submetido a uma prova; a da Paciência; intencionalmente somos postos à prova da Paciência.
SÍNTESE:
– O mais elevado objetivo é chegar à Iniciação Venusta; este é o arcano nº. “1”, a Encarnação do Cristo.
– O Cristo não tem individualidade nem personalidade, nem Eu; é o Verdadeiro Instrutor, o Supremo “Grande Mestre”; o Mestre dos Mestres.
– O Cordeiro de Deus é o Cristo; Ele tira os pecados do mundo; mas para isso tem de se “Trabalhar”.
– Ele é o Verdadeiro Instrutor do Mundo.
– No Egito o Cristo era Osíris; quem o encarnava era um novo Osirificado, e tinha de sacrificar-se por toda a Humanidade.
– Tem de se saber ser paciente.
– Tem de se saber ser sereno.