AT: “Fizeram-me guarda de vinhas e minha vinha, que era minha, não guardei”.
AA: Saturno.
EG: A vontade individual é fator determinante; o atrativo do mistério seduz, porém destrói sem guia; a criação é fogo ardente que não há de deixar-se extinguir.
D: Prosperidade por vias legais e por fatalidade; ânsias veementes; paixões violentas.
R: Afetos nocivos; situações de violência; discórdias; malícia.
Letra hebraica: “Samech”.
Axioma transcendente: “Fizeram-me guarda de vinhas e minha vinha, que era minha, não guardei”
(Quando fazemos um pedido, muitas vezes os anjos dão-nos a resposta mostrandonos o relógio. O discípulo deve fixar-se na hora indicada pelo relógio. Esse é o relógio do destino; na hora está a resposta. Na alegoria esotérica sempre nos é respondido com um relógio. Temos de aprender a entender esse relógio.
Horário: “6ª. hora de Apolônio”.
Elemento de Predição: “promete controvérsias, paixões, fatalidades, prosperidade via da legalidade e da fatalidade. Afetos nocivos àquele que os sente e ao que é objecto deles; ânsias veementes e situações violentas”.
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ARCANO XV (15) – A fatalidade. Tiphon Bafometo (O Furacão Elétrico). Fracasso amoroso. 6ª Hora de Apolônio. “Aqui é necessário manter-se quieto, imóvel, por causa do temor” (Isso significa a prova terrível do Guardião do Umbral, ante o qual se necessita muito valor para vencê-lo).
O arcano nº. 15 é o Eu pluralizado. O qual esotericamente é chamado Satã.
O arcano nº. 15 representa a paixão com base no fogo luciférico. È necessário saber que o defeito principal é a paixão sexual, a luxúria.
Na síntese cabalística do arcano nº. 15, temos: 1+5=6. O seis em si mesmo é o sexo; isto significa que no sexo está a maior força que pode libertar o homem, mas também a maior força que pode escravizá-lo.
O arcano nº. 15 significa o trabalho com o Demónio, o processo da dissolução do Eu.
O Éden é o próprio sexo e a besta interna, o Eu psicológico, que nos impede a entrada no Éden; está à porta do sexo para convidar-nos à ejaculação do licor seminal ou para nos desviar dessa porta, fazendo-nos ver escolas, teorias, seitas, etc.
Nas águas da vida está a representação de Geburah (a Lei). No meio, Tiphon Bafometo aparece sustendo na sua mão esquerda o Bastão de poder e na sua mão direita uma Serpente que se eleva. A sua mão direita é masculina e a esquerda é feminina; os seus seios indicam a sua condição de andrógino. Com o avental cobre-se a “Sabedoria” e do próprio avental aparece a cauda.
A sua cara é disforme devido aos erros ou pecados. Bafometo foi representado como o “Latão” que atualmente a humanidade enegreceu devido à degeneração. Devemos branquear o latão, o Diabo, o qual é o treinador psicológico e o guardião das portas do Santuário para que unicamente entrem os escolhidos, os que puderam superar todas as provas impostas pelo Diabo.
No capítulo anterior falamos da TEMPERANÇA, do trabalho integrado de um homem e de uma mulher dirigidos pela: Vontade, Compreensão e Disciplina.
Na PAIXÃO encontramos a simbologia do drama cósmico do Senhor, onde Ele teve que enfrentar todas as condições da humanidade que enfurecida se levantava contra Ele e sua Mensagem, razão pela qual não puderam entender a Palavra.
Na PAIXÃO temos que trabalhar nos infernos de nosso Marte interior destruindo as aves antropomórficas que habitam nas Lagunas de Estinfal que lançam suas flechas mortíferas contra suas indefesas criaturas; queremos nos referir aos elementos que levamos dentro que reagem violentamente contra a Verdade, contra o Cristo e contra sua Obra.
Na PAIXÃO reagem as multidões contra nós movidas por aquelas aves de rapina que levamos dentro para que nos ataquem, nos destruam, nos façam desistir do trabalho.
Na PAIXÃO compreendemos que se a semente não morre, a planta não nasce; é necessário que todos nós compreendamos o significativo papel que cumprem em nossa vida todas as pessoas que nos atacam, que nos ferem e maltratam; não são mais que elementos inimigos da Obra de nosso Cristo que tentam destruir-nos, porém se nós, silenciosos, passamos além deles, morrerá a PAIXÃO e o CRISTO ressuscitará.
Na PAIXÃO temos que integrar-nos também com nossa Divina Mãe Kundalini e cumprir seu Terceiro Mandamento: “RETO PENSAR”.
Como podemos ver, essas aves de rapina se alvoroçam lançando terríveis pensamentos de ataque e destruição ao nosso Cristo Íntimo, portanto, necessitamos exercer uma vontade sólida sobre nossos pensamentos para podermos sair vitoriosos nos trabalhos dos infernos de nosso Marte interior.
O arcano 15 do Tarô representa o Bode de Mendez, Lúcifer, Tiphon Bafometo, o Diabo.
O alquimista deve roubar o fogo ao Diabo”.
Quando trabalhamos com o arcano A.Z.F. roubamos o fogo ao Diabo, assim convertemo-nos em deuses, assim resplandece a estrela-de-cinco-pontas.
Os cornos terminam em seis pontas. O arcano 6 é o sexo, indicando que no sexo está a libertação pela castidade ou a escravidão do homem pela paixão. Existe uma diferença em relação ao arcano nº. 1 a mão direita está em cima e esquerda aponta para baixo.
O mistério do Bafometo é a alquimia sexual com base na compreensão e na transmutação das energias criadoras.
O Bafometo dos Templários deve ler-se de modo inverso: “Tem-o-h-p-ab”, símbolo das palavras latinas: Templi omnium hominum pacis abbas. Isto significa: “o Pai do templo, Paz universal dos homens”.
O arcano 15 aparece depois do arcano 13 o qual é a morte do Eu, do ego, do mim próprio; e do arcano 14 que é a Temperança, castidade que surge depois da morte do ego. O arcano 15 é pois o andrógino divino que volta a resplandecer, é o latão branqueado.
Sabemos que para além do corpo, dos afetos e da mente está o Logoi interior, divinal.
Indiscutivelmente isso que é o Inefável, isso que é o Real, projeta o seu próprio reflexo, a sua sombra particular dentro de nós próprios aqui e agora. Obviamente tal sombra, tal reflexo lógico, é o treinador psicológico, “Lúcifer”, o tentador. Cada um de nós tem o seu Lúcifer particular.
No Egito dos Faraós, o Sol do Meio-Dia, o Sagrado Sol Absoluto, sempre esteve simbolizado por Osíris, enquanto que a sua sombra, o seu reflexo, o seu Lúcifer encontra-se alegorizado por Tiphon.
Nos sagrados templos do velho Egito dos Faraós, quando o neófito estava prestes a sofrer as provas da iniciação, um Mestre aproximava-se dele e murmurava-lhe ao ouvido esta frase misteriosa: “lembra-te que Osíris é um deus negro”.
Evidentemente esta é a cor específica das trevas e das sombras montanhosas, é o Diabo a quem sempre se ofereceram rosas negras. É também a cor do Caos Primitivo onde todos os elementos e germens da vida se misturam e se confundem totalmente. O símbolo do elemento terra, da noite e da morte radical de todos esses agregados psíquicos que no seu conjunto constituem o mim próprio.
Precisamos com a máxima e inadiável urgência branquear o Diabo e isto só é possível lutando contra nós próprios, dissolvendo todo esse conjunto de agregados psíquicos que constituem o “eu”, o mim próprio. Somente morrendo em nós próprios podemos branquear o “latão” e contemplar o Sol da Meia-Noite (o Pai). Isto significa vencer as tentações e eliminar todos e cada um dos elementos inumanos que temos dentro de nós como: (Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça, Gula, etc.)
O ginásio psicológico da existência humana sempre requereu um treinador. O divino Daimon, citado tantas vezes por Sócrates, a própria sombra do nosso Espírito individual, é o treinador psicológico mais extraordinário que cada um de nós carrega dentro de si; ele coloca-nos em tentações com o propósito de nos treinar, de nos educar. Somente assim é possível que surjam na nossa psique as preciosas gemas das virtudes.
Agora pergunto-me e pergunto-vos: onde está a maldade de Lúcifer? Os resultados são os que falam, se não há tentação, não há virtude; quanto mais fortes forem as tentações, maiores serão as virtudes, importante é não cair em tentação e por isso devemos suplicar ao Pai dizendo: “não me deixeis cair em tentação”.
Só mediante a luta, o contraste, a tentação e a rigorosa disciplina esotérica é possível fazer surgir em nós as flores da virtude.
Lúcifer, como mentor e educador, torna-se, com certeza, insólito, inusitado e extraordinário. Existe na tentação luciférica uma didática insubstituível. Uma pedagogia portentosa, uma atração assombrosa, um incentivo inconfundível, uma instigação oculta com propósitos divinos secretos; uma sedução, uma fascinação. Lúcifer-Prometeu é uno com o Logos Platônico, o ministro do Demiurgo Criador e resplandecente Senhor das Sete Mansões do Hades (Inferno), Sabbath e do Mundo Manifestado, a quem estão entregues a Espada e a Balança da Justiça Cósmica, uma vez que ele é indubitavelmente norma do peso, medida e número; o Horus, o Brahma, o Ahura-Mazda, etc., sempre inefável.
Lúcifer (Lúci = luz, Fer = fogo) é o Guardião da porta dos lumisiais para que não penetrem neles senão os ungidos que possuem o segredo de Hermes.
Aqueles que maldizem temerariamente Lúcifer pronunciam-se contra o cósmico reflexo do Logos, anatematizam o Deus vivo manifestado na matéria e renegam a sempre incompreensível Sabedoria revelando-se, de igual modo, nos contrários de Luz e Trevas, Semelhança, Parecença e Similitude; Sol e Sombra; Dia e Noite; lei dos contrários.
O Diabo, o reflexo do nosso Logoi interior foi a criatura mais excelsa antes de cairmos na geração animal. “branqueia o teu latão e queima os teus livros”, repetem-nos todos os mestres da arte hermética.
Aquele que branqueia o Diabo, fazendo-o voltar ao seu estado primigênio e resplandecente; aquele que morre em si próprio aqui e agora, liberta o Prometeu agrilhoado, e este paga-lhe com acréscimos porque é um colosso com potestade sobre os Céus, sobre a Terra e sobre os Infernos.
Lúcifer-Prometeu integrado radicalmente com todas as partes do nosso “Ser”, faz de nós algo totalmente distinto, diferente, uma exótica criatura, um Arcanjo, uma potestade extraordinariamente divina.
Este arcano corresponde a Satã acerca do qual nos fala a Bíblia; a Seth no seu aspecto negativo, do qual nos falam os Egípcios.
Se decompusermos cabalisticamente o nº. 15, temos: 1+5 = 6; já sabemos que o “seis” em si mesmo é o sexo; isto significa que no sexo está a maior força que pode libertar o homem, mas também a maior força que o pode escravizar.
Lembremo-nos da Constelação de Orion dos Egípcios; é evidente que esta constelação está governada por 12 Grandes Mestres; esotericamente diz-se que esses 12 Mestres dão as mãos entre si, porém sempre falta o 6º; isto quer significar que para se chegar à Autorrealização precisa-se de rasgar o “Véu de Ísis” ou seja o Véu Adâmico Sexual.
Somente libertando-se do sexo de modo absoluto, se pode chegar à Libertação Final. O mal de tudo isto é como diz o ditado: “Querer selar o cavalo, antes de o ter”; quer dizer: todas aquelas escolas que predicam a necessidade de libertar-se do sexo sem antes haver fabricado os Corpos Solares.
Primeiro temos de fabricar os Corpos Solares e depois temos de renunciar ao sexo; este é o direito das coisas, e as coisas do direito. Primeiro é o “animal” e depois o “espiritual” em pleno trabalho.
A Constelação de Orion tem uma marcada influência sobre a “Estrela Atômica” que guia o nosso interior; esta é o Ain Soph Paranispana, a nossa estrela íntima, que como disse um determinado Mestre: “Levanto os meus olhos para as Estrelas das quais me virá auxílio, contudo eu sempre me guio pela minha Estrela que levo no meu interior”.
O arcano 15 do Tarô é o “Eu pluralizado”; esotericamente diz-se Satã.
O símbolo do Infinito é muito importante; correspondem-lhe 8 Kabires que governam toda a criação, toda a Natureza; são os Reitores da Vida Universal que governam o nosso planeta Terra. Porém têm a sua antítese, os quais são os 8 Hierarcas da Loja Negra ou seja os 8 Anti-Kabires; 2 a Oriente; 2 a Ocidente; 2 a Norte e 2 a Sul. Fazemos menção deles porque pertencem ao Arcano 15, ao Tiphon Bafometo, a Satã. O esoterista tem de saber defender-se desses Oito Kabires e para isso estão as conjurações e todo o esoterismo da Alta Magia.
Aqueles que trabalham na Alta Magia precisam de se proteger com o Circulo Mágico; saber usar a Víbora Sagrada com a qual fogem os tenebrosos; os antigos egípcios projetavam-na pelo coração. Tem de se saber invocar a “RA” para se defender dos 8 Anti-Kabires da Loja Negra porque assim como existem cristalizações de Adeptos da Loja Branca, também existem Adeptos da Loja Negra, da Mão Esquerda, com todos os seus poderes.
Esta classe de Adeptos tenebrosos cristaliza com o Tantrismo Negro; nele existe a mesma conexão do Lingam-Yoni, porém com o derrame do ens seminis. Os 8 AntiKabires são as 8 cristalizações do H. SI-12, do ens seminis na sua forma negativa e fatal.
Diz-se que quando o Adepto ganha a batalha se refugia no “Olho de Hórus” e fica coberto por um tríplice Véu, ficando assim protegido dos Demônios Vermelhos de Seth; estes já nada podem contra ele, fazendo-se invisível para tais demônios vermelhos. É claro que isto não é nada mais do que o Eu pluralizado de cada um, o qual é uma legião de demônios. Não há dúvida que todos estes diabos são personificações dos nossos próprios erros e defeitos psicológicos.
É bom saber-se que o mais difícil de vencer destes demônios, é o da Luxúria; este é o defeito principal, representado no arcano 15 do Tarô pela paixão sexual ou Luxúria.
O arcano 15 representa “a Paixão” porque esta fundamenta-se no modus operandis do Fogo Luciférico, constituindo o funcionalismo de dito fogo.
Em síntese, existem dois grandes Fogos: o Fogo Sagrado da Kundalini que ascende pela espinha dorsal e o Kundartiguador que desce e se precipita para os infernos.
A Kundalini é a Serpente de Bronze que curava os Israelitas e que Moisés levantou sobre a Vara. O Fogo Kundartiguador é a Serpente Tentadora do Éden, que desce para os Infernos Atômicos do homem. Na sabedoria Egípcia, a Serpente Tentadora recebe o nome de “Apap”; nos rituais do Antigo Egipto era representada em cera com a cabeça para baixo e assim a exorcizavam, a conjuravam.
Contra esta serpente tentadora da paixão sexual, contra esta horrível “Apap” tem de lutar o Iniciado espantosamente e tal luta é até à morte.
O fogo negativo de Apap é o aspecto negativo da Prakriti, ou seja Kali, a qual assume a forma de uma víbora horrível que se arrasta no lodaçal, (ver a vida de Krishna); se quisermos vencê-la no Cosmo, temos de a vencer dentro de nós próprios.
O fundamento vivo da paixão animal, está nesse fogo luciférico da serpente Apap; a cristalização desse Fohat (Fogo) negativo luciférico está personificada nesses Demônios Vermelhos, nesse Eu pluralizado. É no fogo luciférico sexual onde existem os Demônios Vermelhos de Seth.
Se quisermos dissolver o “Eu” temos de começar por acabar com a Luxúria. Se aos peixes do mar lhes for tirada a água, morrem; se aos nossos “eus” lhes retirarmos o fogo luciférico, estes eus morrem. Tem de se acabar com o alimento que os mantêm vivos.
Os Infernos Atômicos do homem são uma realidade. As guerras ganham-se no campo da batalha; temos de ganhá-la aos Demônios Vermelhos. O arcano nº. 15 significa o trabalho com o demônio por meio do Phalo-Osíris e do Útero-Ísis, dos quais se apoderou Satã ou Seth. O Phalo dos Deuses é de Ouro Puro. É preciso erradicar tudo aquilo que tenha sabor a paixão animal.
Nos antigos mistérios entre os Iluminados Gnósticos-Rosa-cruzes, havia um cerimonial de Iniciação; o neófito submetido às provas era conduzido a determinado lugar, com os olhos vendados; o mais interessante era quando lhe arrancava a venda; então encontrava-se num salão iluminado; todos se encontravam no centro ao redor de um Bode; na sua fronte entre os seus grandes chifres brilhava a Pentalfa. Ordenava–se ao neófito que beijasse o traseiro do Diabo ou seja, a sua cauda; quando dava a volta ao animal encontrava-se com uma formosa mulher a qual lhe dava as boas-vindas, abraçava-o e beijava-o na fronte; havia triunfado. Mas se resistia e se opunha, então tinha fracassado e retiravam–no do recinto, sem que o neófito conhecesse o segredo.
A mulher que o beijava representava Ísis, a Mãe Divina e beijava-o na fronte, como que dizendo-lhe, chegou o momento de trabalhares com a Serpente Sagrada. Tem de se roubar o fogo ao Diabo, ao Bode mediante a transmutação dos metais vis em Ouro para converter-nos em Deuses; este é o mistério da Alquimia; a esse Bode temos de o eliminar. Cada defeito deve ser mudado, morto para que nasça uma virtude; aqui está o motivo da frase: “Solve e Coagula”. Os Deuses surgem do Abismo e perdem-se no Absoluto.
O Mago carrega o poder nos órgãos sexuais porque aí dentro está o Laboratorium Oratorium do Terceiro Logos.
SÍNTESE:
– No Mundo de Assiah existem milhões de Lojas Negras.
– Os magos negros mais perigosos do Universo existem no Mundo Mental.
– Todo o ocultista que recomenda a ejaculação seminal é mago negro.
– Todo o fornicário é mago negro. Toda a associação de fornicários forma a Loja Negra.
– Os nossos discípulos devem aprender a conjurar os tenebrosos para fazê-los fugir aterrorizados. Utilizam-se as Conjurações dos Quatro e a dos Sete.
– Os tenebrosos devem ser conjurados com a Espada.