Arcano Nº. 20: A Ressurreição. A Ressurreição dos Mortos. “Mudanças favoráveis, aproveite-as. Acabar com as debilidades”.
20 – A Ressurreição
MUDANÇAS FAVORÁVEIS. Aproveite-as
Letra: Resch. Acabar com as debilidades.
PE: Iluminação interior.
PM: Revelação da genialidade.
PF: Harmônica correspondência entre o moral e o material.
AT: “Flor na macieira, fruto na vinha, semeado em madureza”.
AA: Lua.
EG: Velhas aspirações postergadas se concretam; desperte à realidade; preguiça não ajuda a ressurgir.
D: Eleições harmônicas, iniciativas afortunadas, compensações, amigos fiéis.
R: Ganhos que se postergam; amigos traidores que socavam o êxito.
Letra hebraica: “Resch”.
Axioma transcendente: “Flor na macieira, fruto na vinha, semeado em madureza”
(Quando fazemos um pedido, muitas vezes os anjos dão-nos a resposta mostrando-nos o relógio. O discípulo deve fixar-se na hora indicada pelo relógio. Esse é o relógio do destino; na hora está a resposta. Na alegoria esotérica sempre nos é respondido com um relógio. Temos de aprender a entender esse relógio.
Horário: “11ª. hora de Apolônio”.
Elemento de Predição: “promete eleição harmoniosa, iniciativas afortunadas, trabalhos, ganhos, compensações por bem e por mal, amigos fieis que anulam a ação de amigos traidores, ciúmes pelo bom que se desfruta, aflições devido à perda”.
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ARCANO XX (20) – Mudanças. Ressurreição. “O Despertar dos Mortos”. 11ª Hora de Apolônio. “Os Anjos, os Querubins e os Serafins voam produzindo sons com as asas. Há regozijo no Céu, desperta a Terra e o Sol surge de Adão”.
Esse processo pertence às Grandes Iniciações Maiores onde só reina o terror da Lei.
O arcano nº. 20 é a Ressurreição dos mortos. Verdadeiramente a ressurreição da Alma só é possível por meio da iniciação cósmica. Os seres humanos estão mortos e somente podem ressuscitar por meio da iniciação.
Nas águas da vida está uma coluna, símbolo de edificação; a base da coluna é a Pedra Cúbica. Das duas colunas, a branca e a negra, somente ficou a branca, símbolo de purificação.
No meio está uma múmia, e dela escapa-se um “Gavião” com cabeça humana, voando para os mundos do Espírito, o qual representa a Alma. É indubitável que ao despertar a Consciência nos transformamos em gaviões com cabeça humana podendo voar livremente pelo espaço estrelado. Sobre a cabeça do gavião e da múmia está um símbolo representativo da glândula pineal, indício de iluminação.
A Alma de qualquer Hierofante egípcio tem quatro corpos:
1º – A Múmia
2º – O Ka (Corpo Astral)
3º – O Ba (Corpo Mental)
4ª – O Ku (Corpo Causal)
Ai daqueles que depois de terem chegado ao Segundo Nascimento continuam vivos! Esses converter-se-ão de fato em Hanasmussens (abortos da Mãe Divina Kundalini) com um duplo centro de gravidade.
No capítulo anterior vimos como a INSPIRAÇÃO é um dom divino que nos conduz à realização de nossa Obra, quando um homem e uma mulher se propõem realizá-la. Na RESSURREIÇÃO, encontramos as chaves que nos permitem conseguir a ILUMINAÇÃO interior, que nos permitem aperfeiçoar os trabalhos que, posteriormente, nosso Cristo Íntimo deverá realizar, feito homem, onde o Herói Solar se apoderará do Santo Graal, cálice no qual foi depositado o Sangue do Redentor do Mundo. A nós, míseros humanos, nos corresponde trabalhar nos infernos de todos os nossos planetas internos. Estes infernos estão representados pelas trevas de nosso subconsciente.
Na RESSURREIÇÃO, encontramos a resposta de nosso estado atual, o qual nos define como mortos viventes, animados por uma vida claramente física que age de acordo com as condições que a Natureza nos coloca.
Na RESSURREIÇÃO devemos trabalhar limpando nosso Cálice de todas as imundices mentais para, posteriormente, irmos enchendo-o com o vinho sagrado da transubstanciação. Neste Arcano devemos integrar-nos com nossa Divina Mãe Kundalini e cumprir seu Oitavo Mandamento: “QUE HAJA PAZ”. Não pode haver nenhum Segundo Nascimento ou Ressurreição onde não existe a PAZ. A PAZ é a expressão da fragrância interior do Espírito. O homem ou a mulher que não tenha PAZ, indiscutivelmente, vive nas trevas e, portanto, submetido às circunstâncias.
Não pode haver AMOR onde não há PAZ, nem pode haver PAZ onde não há AMOR; só através das limpezas e purificações que realizemos em todo o percurso de nosso caminho, fazemos com que as circunstâncias estejam propícias para que, posteriormente, nosso CRISTO Íntimo, feito Homem e Super-Homem, consiga ter em suas mãos o Graal da LIBERAÇÃO FINAL.
O arcano 20 é a Ressurreição.
Para que haja ressurreição é preciso que previamente haja morte, sem ela não há ressurreição.
Quão belo é morrer de momento a momento!… Só com a morte advém o novo.
Precisamos de morrer de momento a momento se de fato queremos individualizar-nos; o Eu pluralizado exclui toda e qualquer Individualidade. De nenhuma maneira pode haver Individualidade onde coexistam múltiplas entidades (Eus) que lutam entre si e que originam em nós múltiplas contradições psicológicas.
Quando Seth (o Ego) morre de forma integral somente fica em nós isso que nos outorga a autêntica Individualidade.
Quando Seth se desintegra totalmente, então a Consciência, a Alma, liberta-se, desperta radicalmente e surge a iluminação interior.
Realmente a ressurreição da Alma só é possível mediante a iniciação cósmica. Os seres humanos estão mortos e só podem ressuscitar por meio da Iniciação. Lembremo-nos das palavras de Jesus, o Grande Kabir: “…deixai os mortos enterrarem os seus mortos” (Mateus 8:22). “…Deus não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos” (Mateus 22:23-32).
Assim como existem três tipos básicos de energia: masculina, feminina e neutra, assim também existem três tipos de ressurreição:
1º – Ressurreição Espiritual
2º – Ressurreição com o Corpo de Libertação
3º – Ressurreição com o Corpo Físico.
Ninguém pode passar pelo 2º e 3º tipos de ressurreição sem ter passado primeiro pela ressurreição espiritual.
1º – “Ressurreição Espiritual”. Esta consegue-se com a Iniciação. Devemos ressuscitar espiritualmente primeiro no fogo, e logo na luz. Quer isto dizer, primeiro levantamos as 7 serpentes de fogo e logo as 7 serpentes de luz, alcançando a Iniciação Venusta e a ressurreição espiritual.
2º – Ressurreição com o Corpo de Libertação. Isto realiza-se nos Mundos Superiores.
Este corpo organiza-se com os melhores átomos do corpo físico. É um corpo de carne que não proveio de Adão, é um corpo de beleza indescritível. Com este corpo paradisíaco os adeptos podem entrar no mundo físico e trabalhar com ele tornando-se visíveis e tangíveis à-vontade.
3º- Ressurreição com o Corpo Físico. Ao terceiro dia o iniciado em corpo astral vem ante o seu santo sepulcro acompanhado pelas Hierarquias divinas. Então o iniciado invoca o seu corpo e este, com a ajuda das divinas Hierarquias, levanta-se penetrando no hiperespaço. É assim que se consegue escapar da sepultura. Nos mundos suprassensíveis as santas mulheres tratam o corpo do iniciado com unguentos e perfumes aromáticos.
Obedecendo a ordens supremas o corpo físico penetra dentro do corpo astral pelo alto da cabeça. É deste modo que um Mestre volta a ficar na posse do seu corpo físico. E este é o presente de Cupido. Depois da ressurreição, o Mestre já não volta morrer, é eterno. Com esse corpo imortal pode aparecer e desaparecer instantaneamente tornando-se visível à-vontade no mundo físico.
Jesus, o Cristo, é um Mestre Ressuscitado que teve o seu corpo físico três dias no seu Santo Sepulcro. Depois da ressurreição, Jesus apresentou-se ante os discípulos de Emmaus e no caminho ceou com eles. Depois apareceu a Tomé, o incrédulo, aquele que apenas acreditou quando colocou os dedos nas feridas do sagrado corpo do Grande Mestre.
Hermes, Cagliostro, Paracelso, Nicolas Flamel, Quetzalcóatl, Saint-German, Babaji, etc., conservam os seus corpos físicos há milhares ou milhões de anos sem que a morte possa atentar contra eles. Esses são Mestres ressurrectos.
Somente com o arcano A.Z.F. é possível elaborar o elixir da longa vida. Sem o elixir da longa vida não é possível a ressurreição.
O hieroglífico deste arcano é a Ressurreição dos Mortos. É necessário que nos concentremos bem nisso que é a Ressurreição, pois tem muitas fases, muitos aspectos. Em primeiro lugar para que haja Ressurreição é necessário que haja Morte, sem ela não há Ressurreição; é preciso compreender que da morte sai a vida; a Morte é a Coroa de todos. O caminho da vida está formado com as pegadas dos cascos do cavalo da morte.
Tudo na vida está sujeito à morte; em tudo existe algo de mortalidade e imortalidade. Quero dizer-lhes que isso de mortalidade e de imortalidade é muito relativo, até mesmo Deus que é imortal, com o decorrer da vida vem a tornar-se mortal.
É preciso analisar o que se entende por Deus. Deus é o “Exército da Voz” é a “Grande Palavra”; já S. João o afirmou: “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus”.
Deus é a Voz dos Elohim, o Coro dos Mestres que iniciam o Mahamvantara (Dia Cósmico); isso é Deus. Quando chega a noite do Pralaya (Noite Cósmica) deixa de existir para o Universo. Morrem para o Universo e nascem no Absoluto. Por isso pode afirmar-se que Deus também morre. Depois da Noite Cósmica na Nova Aurora do Dia Cósmico voltam a surgir do seio do Absoluto.
Concentremo-nos agora na constituição do homem; para se ser “Homem” no sentido mais completo da palavra precisa-se de ter ou possuir os Corpos Solares. Já falamos bastante sobre o Sahú Egípcio, que é o próprio Traje de Bodas da parábola que refere aquele que se sentou à mesa do Senhor sem o Traje de Bodas e que o Mestre ordenou que fosse atirado às Trevas. De modo que nós, sem o Traje de Bodas ou corpos solares tampouco entramos no Reino dos Céus. É lógico que aquele que não possui os Corpos Solares está vestido com os corpos lunares, os quais são frios, espectrais, diabólicos e tenebrosos.
Um homem vestido com os corpos lunares, não é Homem, é um animal intelectual; é um animal de tipo superior. O erro da humanidade é acreditar que já são homens, porém não o são. Lembremo-nos da história de Diógenes com a sua lanterna; procurava um Homem e não o encontrou.
Só um Kout Humi, um Mestre Mória; um Saint-Germain, etc., são Homens. Aqui o que abundam são os animais intelectuais.
A primeira coisa que se tem de fabricar na Forja nos Ciclopes é o verdadeiro Corpo Astral, tornando-nos imortais no Mundo das 24 leis. Seguidamente precisamos de fabricar o Corpo Mental Solar regido por 12 leis, aquele que o fabrica é imortal no Mundo das 12 leis. Logo de seguida tem de se fabricar o Corpo da Vontade Consciente, tornando-nos imortais no Mundo das 6 leis.
Aquele que fabrica os seus Corpos Solares precisa de passar por várias mortes. Precisamos que em nós nasça o Adão Solar, o Abel Bíblico.
Para tornar-nos imortais precisamos de possuir os Corpos Solares.
Se queremos emancipar-nos ou metermo-nos pelo Caminho do Fio da Navalha, a Senda da Revolução da Consciência , temos de descer à Nona Esfera da Natureza, que nada tem que ver com a condição anterior. Descer à Nona Esfera é Revolucionarmo-nos contra o Cosmo, contra a Natureza, contra tudo; é desse modo como fabricamos os Corpos Solares e encarnamos o “Real Ser”, convertendo-nos num Duas-Vezes-Nascido.
“Em verdade, em verdade vos digo que se não nascerdes de novo não podereis entrar no Reino dos Céus”.
O Adão Celestial está vestido com os Corpos Solares, passando por várias mortes, aniquilando o Eu.
Nós trazemos do passado essa multiplicidade de Eus; dentro do ser humano não existe verdadeira Individualidade e esses Eus personificam a Preguiça, a Gula, a Luxúria, a Ira, etc., etc.; esse Ego que está vestido com os corpos lunares é o Adão lunar; o Adão de pecado; precisamos que dentro de nós nasça o Adão Solar.
O Duas-Vezes-Nascido encontra-se ante dois caminhos, o da Direita e o da Esquerda. Aquele que se decida a dissolver o Ego toma o caminho da Direita para converter-se num Ser Inefável; aqueles que não se decidem a dissolver o Ego tomam o caminho da Esquerda e convertem-se em seres diabólicos (em Hanasmussens, abortos da Mãe Cósmica), mas isso não é tudo; precisamos de destruir as sementes dos Eus, banhar-nos nas águas do Leteo, para esquecer todas as maldades do Ego e depois banhar-nos nas águas do Eunoe para fortalecer as Virtudes e sermos confirmados na Luz.
Até aqui, todo o “Trabalho” corresponde ao planeta Terra; foi alcançada aqui a inocência, contudo ainda ficaram os cascarões dos corpos lunares que devem ser destruídos nos infernos lunares. Tem de se destruir o demônio Apopi ou corpo de desejos, o desejo sexual e o desejo de toda a índole. Este Apopi é um demônio terrivelmente perverso e se destrói nos infernos lunares antes de ascender ao Céu Lunar.
Mais tarde continua-se o Trabalho no planeta Mercúrio onde tem de se destruir a mente animal, o demônio Hai, o qual é a mente animal diabólica; tal veículo não é mais do que um demônio e temos de o destruir nos Infernos Atômicos de Mercúrio.
A morte do demônio Apopi, o terrível monstro das apetências, significa tremendos super-esforços, super-trabalhos; somente assim se consegue destruir o demônio Apopi e o demônio Hai.
O Adão de pecado deve morrer; é preciso que tudo o que temos de terreno, de animal, morra para ressuscitarmos no coração de Osíris. Aquele que fabricou os Corpos Solares já não precisa de carregar com esse lastre dos desejos e apetências; têm de lhes ser dada morte através de grandes purificações.
Osíris, significa ir para além das profundezas, ir para além dos desejos e da mente. Quando retornarmos ao Pai-Osíris, à Mãe-Ísis e ao Íntimo-Hórus; a Tríade fica completa, perfeita, autorrealizada. Esta é a Ressurreição dos Mortos; temos aqui morte e ressurreição.
Eu estive reencarnado na terra sagrada dos Faraós durante a dinastia do Faraó Kefren. Conheci a fundo os antigos mistérios do Egito Secreto e na verdade vos digo que nunca pude esquecê-los.
Há duas classes de múmias; uma delas corresponde aos defuntos cujo cadáver foi submetido aos processos de mumificação e a outra classe, aos defuntos em estado de “Catalepsia”.
Havia um segredo muito especial sobre a mumificação, retiravam-lhe o cérebro, as vísceras e o coração, sendo conservadas em vasos sagrados e no lugar oco do coração era colocado o símbolo da Vaca Sagrada de Ouro e os Atributos de Athor.
Os corpos conservavam-se em virtude de os egípcios manterem neles o corpo Etérico.
Utilizavam sabiamente vendagens sobre os chacras, nas palmas das mãos, na curvatura dos pés e untados com mel de abelhas para ajudar a conservar a múmia; sobre esta eram colocados Gênios elementais para a proteger e estes postos sob a proteção de Keb, o Gênio da Terra.
Ainda que as minhas palavras possam parecer enigmáticas e estranhas, em verdade vos digo que o meu corpo físico não morreu e contudo desci ao sepulcro.
Há outro tipo de Múmias; o da Catalepsia. O meu caso não foi com certeza uma excepção; muitos outros Hierofantes desceram ao sepulcro no estado cataléptico.
Que esse tipo muito especial de múmias continuem vivas e sem qualquer alimento, porém com todas as suas faculdades naturais em suspenso, é algo que de modo algum deve surpreender-nos. Recordai que os sapos durante o Inverno, sepultados entre o lodaçal, jazem cadavéricos sem qualquer alimento, contudo na Primavera retornam à vida. Ouvisteis já falar sobre a invernação?
A catalepsia Egípcia vai muito mais longe, ademais está sabiamente combinada com a Magia e a Química Oculta.
É óbvio que a minha Alma escapou-se do corpo; é indiscutível que esse tipo muito especial de mumificação não foi óbice para que continuasse o meu ciclo de reencarnações.
Depois da minha morte, a minha Alma poderia reincorporar-se definitivamente nessa múmia se TUM (o Pai) assim o quisesse.
Então tal corpo sairia do estado cataléptico definitivamente e a minha Alma vestida com essa carne poderia viver como qualquer pessoa, viajando de País em País. Voltaria a comer, a beber, a viver debaixo da luz do sol, etc., etc. Tal múmia seria retirada definitivamente do sepulcro através da 4ª Dimensão.
A sabedoria azteca e Egípcia foi Atlante e esta por sua vez Lemúrica; os Lêmures e os Atlantes eram de estatura gigante e construíram as grandes pirâmides de Teotihuácan e do Egito.
SÍNTESE:
– O Ouro Potável é o próprio fogo da Kundalini. A Medicina Universal está no Ouro Potável.
– Nós devemos de acabar com toda a classe de debilidades humanas.
– As serpentes do Abismo tentam roubar ao discípulo o Ouro Potável.
– O discípulo que se deixa cair, tem depois de lutar muitíssimo para recuperar o que foi perdido.